Após reunião com investidores sobre desmatamento, governo sai em defesa de Salles
Investidores internacionais responsáveis pela gestão de fundos trilionários se reuniram com o vice-presidente Hamilton Mourão e com quatro ministros na manhã desta quinta-feira, 9, para questionar o governo brasileiro sobre as medidas tomadas para garantir o combate ao desmatamento e a preservação de áreas indígenas no país. O encontro ocorreu duas semanas depois de os...
Investidores internacionais responsáveis pela gestão de fundos trilionários se reuniram com o vice-presidente Hamilton Mourão e com quatro ministros na manhã desta quinta-feira, 9, para questionar o governo brasileiro sobre as medidas tomadas para garantir o combate ao desmatamento e a preservação de áreas indígenas no país.
O encontro ocorreu duas semanas depois de os investidores enviarem uma carta aberta a embaixadas brasileiras para manifestar preocupação com a alta da devastação da Amazônia.
Após a videoconferência com os estrangeiros, Mourão e ministros apresentaram um balanço das ações ambientais do governo. O vice-presidente saiu em defesa do chefe da pasta do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Ele é alvo de uma ação de improbidade do Ministério Público Federal, que pede seu afastamento por conta da desestruturação “dolosa” das estruturas de proteção ambiental. Mourão disse que as críticas a Salles “são injustas” e que ele conta com a confiança do presidente Jair Bolsonaro.
Participaram do encontro representantes de fundos do Reino Unido, da Suécia, da Noruega, da Holanda, do Japão e do Reino Unido. Os representantes do governo brasileiro apresentaram ações do Conselho da Amazônia, presidido por Hamilton Mourão, explicaram planos para flexibilizar a mineração em terras indígenas e mostraram iniciativas de combate ao desmatamento.
Uma das novidades anunciadas foi a elaboração de um decreto, que deve ser assinado por Bolsonaro nos próximos dias, proibindo o uso do fogo na agricultura por um prazo de 120 dias, na Amazônia e no Pantanal.
Mourão convidou os investidores a financiar atividades no Brasil, como o Fundo Amazônia, ou projetos conduzidos pelo Ministério do Meio Ambiente, como o Floresta Mais ou o Adote um Parque. Não houve compromisso dos representantes dos fundos de investir no Brasil. “Eles querem ver resultados”, explicou Hamilton Mourão.
No encontro, os investidores questionaram o governo brasileiro sobre o projeto de lei 2633/2020, apontado por ambientalistas como um meio de legalização da grilagem. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, fez uma defesa da iniciativa e argumentou que a regularização fundiária vai permitir ao governo um maior controle da região.
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, conversou com os investidores sobre a importância de acordos internacionais, como o do Mercosul com a União Europeia. “Eles às vezes são vistos como um risco, como se os acordos incentivassem a degradação ambiental no Brasil, mas, na verdade, o que acontece é o contrário. Esses acordos reforçam a política ambiental brasileira”, disse.
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