Benjamin Netanyahu via X

Após ONU aprovar cessar-fogo, Netanyahu entra em crise com Biden

25.03.24 12:58

Benjamin Netanyahu (foto), o primeiro-ministro de Israel, cancelou uma viagem de estado que faria aos Estados Unidos nesta semana para discutir o futuro da guerra na Faixa de Gaza, após o governo de Washington se abster em uma votação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que pediu o cessar-fogo no conflito. É o mais claro sinal de estremecimento entre os governos, aliados de primeira hora.

O primeiro-ministro israelense, que já vinha sendo criticado por autoridades americanas pela sua condução da guerra, ameaçou cancelar a viagem caso os EUA não vetasse a resolução. E, de fato, o governo de Joe Biden se absteve na votação de uma resolução, sugerindo um cessar-fogo nas autoridades, apresentada pela Rússia e endossada pela China, sugerindo uma suspensão durante o Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos.

Com a ação, o caldo entre Biden e Netanyahu azedou de vez. “Este recuo fere tanto os esforços de guerra e os esforços para liberar os reféns, porque dá ao Hamas esperança de que a pressão internacional os permita aceitar um cessar-fogo sem a soluta de nossos sequestrados”, escreveu o governo de Netanyahu, sobre a ação americana.

“Com base nisso, o primeiro-ministro Netanyahu decidiu cancelar a delegação com destino a Washington”, conclui a mensagem.

A votação, no entanto, é um duro golpe nas intenções de Israel, que não deve descumprir a decisão do Conselho de Segurança e garantir o cessar-fogo. Como o texto fala em suspensão durante o Ramadã — que segue até o dia 10 de abril  — que se estenderá de maneira “duradoura”, a expectativa é que os esforços de guerra de Israel sejam de fato brecados pela resolução.

Nas últimas semanas, cresceram as críticas do governo dos EUA a Netanyahu. A fala de Chuck Schumer, o senador líder do governo Joe Biden, pedindo novas em eleições em Israel, foi mal recebida por Tel Aviv, mas contou com apoio dos democratas na América. Biden também é pressionado pelo seu eleitorado, em ano eleitoral, a ter uma postura mais crítica a Israel durante o conflito.

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  1. Nesse caso específico acho que o Premier israelense tem razão. Imaginem se o Hamas tivessem atacado os americanos se os EUA teriam o mesmo posicionamento. Nunquinha na vida. Pimenta nos olhos dos outros é refresco.

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