Ao mirar Moraes, republicanos no Congresso dos EUA também acertam em Biden
O longo dossiê que deputados republicanos dos EUA lançaram nesta quarta-feira, 17, sobre a ação de Alexandre de Moraes e o Supremo Tribunal Federal (STF), tem como alvo não apenas o ministro brasileiro, como também busca atacar um alvo doméstico: o presidente democrata Joe Biden. As 541 páginas publicadas pelo Comitê de Judiciário da Câmara...
O longo dossiê que deputados republicanos dos EUA lançaram nesta quarta-feira, 17, sobre a ação de Alexandre de Moraes e o Supremo Tribunal Federal (STF), tem como alvo não apenas o ministro brasileiro, como também busca atacar um alvo doméstico: o presidente democrata Joe Biden.
As 541 páginas publicadas pelo Comitê de Judiciário da Câmara dos Representantes de lá tem o sugestivo nome de "O ataque à liberdade de expressão e o silêncio do governo Biden: o caso do Brasil". O texto compila 51 ordens de retiradas de perfis pedidas por Moraes ao X no Brasil — sendo 28 delas com suas versões em inglês — além de 37 mandados expedidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), corte colegiada que o ministro compõe com outros seis ministros.
O comitê usa do documento para atacar o presidente democrata americano, igualmente acusado de censura. "Sob o governo Biden, as demandas de censura são entregues em encontros de portas fechadas com implícitas ameaças regulatórias [às redes sociais], que cobrem uma guerra jurídica contra seus oponentes jurídicos", argumentam. O texto conclui que é papel "defender seu papel de proteger a liberdade de expressão".
Um comunicado apresentado pelo comitê —que equivale a uma comissão da Câmara brasileira e tem maioria republicana— se baseia exclusivamente nos arquivos do X (antigo Twitter) para acusar o "governo brasileiro" de forçar a empresa e outras redes sociais a banir o conteúdo de pessoas ligadas à direita no Brasil.
Ontem à noite, o dono da empresa, Elon Musk, citou a censura à revista Crusoé pela Suprema Corte, feita ainda em 2019.
Entre os nomes citados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro; o senador Marcos do Val (Podemos-ES); e Paulo Figueiredo Filho, empresário e neto do ex-presidente e general João Baptista Figueiredo, o último da ditadura. Comentarista de política, Paulo é considerado um dos principais articuladores da ofensiva internacional do X contra as decisões de Moraes.
O documento sobre o Brasil é parte da própria guerra partidária dos EUA: Jim Jordan (foto), o presidente da comissão, é um dos parlamentares republicanos mais leais a Donald Trump dentro do Congresso local, sendo acusado inclusive de incentivar o ex-presidente a não reconhecer os resultados eleitorais de sua derrota nas eleições de 2020.
Leia na Crusoé 310: A questão do X
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Comentários (2)
Odete6
2024-04-18 18:09:57Essa súcia oportunista e folgada dos "republi.canos", esse ninho de marginais, é agora, além de insuportável, ""in-xerida""! Era só o que faltava!!!!
Sergio
2024-04-18 15:55:39Pessoal, não é por concordarmos que o STF extrapolou em muito da sua missão institucional que vamos tomar pelo valor de face tudo o que se apresenta. Só o fato de ser um apoiador de Donald Trump outro mentiroso, golpista e amigo de tirano me faz não dar crédito a esse Senhor. Se dessa vez ele está fazendo algo de certo, ótimo. Mas espero que seu líder esteja atrás das grades nos próximos mandatos.