Aliados de Doria dizem que fiasco de público na Paulista não afeta tucano

Aliados do governador de São Paulo, João Doria (foto), minimizaram a baixa adesão à manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro promovida pelo Movimento Brasil Livre no domingo, 12, e disseram que o fiasco não atinge a imagem do presidenciável tucano.

Segundo correligionários, Doria decidiu ir ao ato do MBL na última hora e discursou em cima do carro de som para apenas seis mil pessoas na Avenida Paulista. A baixa adesão foi ironizada tanto por petistas, que recusaram convite para participar da manifestação, quanto por bolsonaristas, que levaram 125 mil pessoas ao mesmo local no dia 7 de setembro.

Doria dividiu o palanque com outros dois presidenciáveis da chamada terceira via, os ex-ministros Ciro Gomes, do PDT, e Luiz Henrique Mandetta, do DEM. Segundo um aliado do governador paulista, o fiasco de público não afeta a imagem do tucano porque nem ele nem o PSDB se mobilizaram para levar manifestantes a gritar contra Bolsonaro na Paulista.

“Não houve nenhum empenho do PSDB na organização desse ato. O João (Doria) decidiu ir no próprio domingo, sem comunicar o partido. Foi uma decisão pessoal dele”, afirma um dirigente tucano. Na visão dele, o recuo de Bolsonaro nos ataques ao Supremo Tribunal Federal, com a divulgação da carta redigida pelo ex-presidente Michel Temer, contribuiu para desmobilizar a manifestação.

A manifestação surgiu com o mote “Nem Lula nem Bolsonaro”, mas o MBL mudou o slogan para “Fora, Bolsonaro”, para tentar atrair participantes da esquerda. Embora alguns políticos do PSOL tenham ido ao ato na Paulista, o PT decidiu não se juntar ao grupo que em 2015 foi às ruas pedir o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Doria disputa as prévias dentro do PSDB para definir quem será o candidato tucano ao Palácio do Planalto no ano que vem. O principal adversário do paulista é o governador gaúcho Eduardo Leite. A eleição interna está marcada para o fim de novembro deste ano.