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Advogados de doleiros: aula para acessar sistema de operações ilícitas

07.02.20 09:30

Um grupo de advogados de doleiros que são réus na Lava Jato do Rio terá na próxima semana uma aula com um técnico de informática do Ministério Público Federal para acessar os sistemas de registro das operações financeiras ilícitas feitas pelos seus próprios clientes no Brasil e no exterior.

Batizados de ST e Bankdrop, os sistemas formam uma espécie de banco dos doleiros e foram entregues ao MPF pelos delatores Vinícius Claret, o Juca Bala, e Cláudio Barboza, o Tony. Como Crusoé mostrou na edição 54, a dupla usava arquivos criptografados para registrar as transações realizadas em dólar no exterior e entregas de reais em espécie no Brasil.

Os registros envolvem transferências de 5,5 bilhões de reais feitas por 45 doleiros entre 2011 e 2017, sob o comando de Dario Messer (foto), o “doleiro dos doleiros”. Além de evasão de dividas e sonegação de impostos, a rede abasteceu os grandes esquemas de corrupção do País, como o que foi criado pela Odebrecht.

O acesso ao banco de dados é um pleito antigo dos advogados. Os dados contidos nos arquivos serviram de base para operações que prenderam doleiros e investigações e ações contra políticos. O pedido foi deferido pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Criminal do Rio, e a entrega dos arquivos com a aula sobre instalação e manuseio deveria ter ocorrido no mês passado.

Na ocasião, porém, o técnico de informática do MPF levou um pendrive pessoal que não continha todos os arquivos criptografados entregues em um HD pelos doleiros delatores aos procuradores da Lava Jato. Diante da queixa dos advogados dos doleiros que estavam presentes, entre os quais defensores de Dario Messer e Richard Otterloo, a entrega dos dados foi remarcada para o próximo dia 24.

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  1. Ensinando raposas como tomar conta do galinheiro. Só que agora elas também serão mestres em extorquir seus "clientes" (melhor, comparsas). Sempre protegidas pela O"R"B.

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