A tropa de choque dos governadores na CPI
Não é apenas a tropa de choque de Jair Bolsonaro que mantém ligações com eventuais alvos da CPI da Covid. Alçado à relatoria da comissão, Renan Calheiros (foto), do MDB de Alagoas, exemplifica de forma cristalina as estreitas relações – políticas e familiares – entre integrantes da comissão e governadores. Instalada para apurar ações e possíveis...
Não é apenas a tropa de choque de Jair Bolsonaro que mantém ligações com eventuais alvos da CPI da Covid. Alçado à relatoria da comissão, Renan Calheiros (foto), do MDB de Alagoas, exemplifica de forma cristalina as estreitas relações – políticas e familiares – entre integrantes da comissão e governadores.
Instalada para apurar ações e possíveis omissões da gestão Bolsonaro na condução da pandemia, a CPI não poderá investigar diretamente atos de responsabilidade de governadores e prefeitos. No entanto, a comissão terá liberdade para destrinchar a aplicação de verbas federais nos estados e municípios.
Responsável pela produção do relatório final da comissão, documento com o detalhamento das irregularidades a ser encaminhado ao Ministério Público para providências, Calheiros é pai de Renan Filho, governador de Alagoas, feudo eleitoral da família. O estado, segundo informou o governo federal em março, foi agraciado com 21,4 bilhões de reais ao longo de 2021, entre valores referentes à suspensão da dívida, transferências diretas e repasses à área de saúde.
Escolhido para a presidência da CPI, Omar Aziz, do PSD do Amazonas, hoje é aliado do governador do estado, Wilson Lima, embora tenha perdido a eleição para ele em 2018. O senador, inclusive, atuou para recompor a base de Lima na Assembleia Legislativa enquanto o governador respondia a um processo de impeachment.
Wilson Lima é investigado pela Procuradoria-Geral da República na Operação Sangria pela suposta participação em um esquema que superfaturou a compra de respiradores mecânicos destinados a pacientes infectados pelo coronavírus. Em 2020, a Polícia Federal chegou a pedir a prisão do governador, mas o ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça, negou.
O senador Otto Alencar, do PSD da Bahia, tem vínculos políticos com o petista Rui Costa, governador do estado. Afinados, os dois tendem a compor a mesma chapa na disputa pelo governo baiano e pelo Senado. A definição de quem concorrerá a qual cargo, porém, deve ocorrer apenas mais à frente.
Indicado pelo MDB como suplente na CPI, o senador paraense Jader Barbalho é pai do governador do Pará, Helder Barbalho. O estado, segundo o governo federal, recebeu 47,8 bilhões de reais em 2020. O filho de Jader é investigado pela compra de 50,4 milhões de reais em respiradores que apresentaram defeitos. Em setembro do ano passado, o governador virou alvo, ainda, de outra operação que mirou contratos de 1,2 bilhão de reais firmados para gerenciar hospitais de campanha.
Para tirar Jair Bolsonaro dos holofotes, a base governista pretende examinar com lupa onde os governos estaduais investiram os recursos federais. Os aliados dos governadores tendem a fazer exatamente o movimento inverso. Será um jogo de estica e puxa.
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Comentários (10)
Antonio
2021-04-19 17:16:35o eleitor poderá ser o grande em 2022, limpando tudo
Henrique
2021-04-19 15:50:54O CIRCO ESTÁ MONTADO, AGORA SENHORAS E SENHORES, VAMOS AO ESPETÁCULO! PICADEIRO, LUZES....
Paula
2021-04-19 10:10:30Só político sujo nesta CPI!!Votei em Bolsonaro, não voto mais, mas daí a achar que esta CPI tem que ser somente ao Governo Federal?? Palhaçada!! Estenda a CPI a seus filhos, Renan Canalheiros e Jáder Barbalho, vcs tem coragem?? Nojo de vcs!!
André
2021-04-18 21:09:57Parabéns a cada família alagoana que tem um parente morto pelo vírus chinês. Quem vota em Collor, Renan pai e filho. Tem que morrer mesmo. A sub-raça sem noção.
MARIA
2021-04-18 05:38:27Ele que fazer com SP o que fez com o RJ, acabar com o governador!! Estou torcendo pro Dória estar limpinho!!!!
MARCOS
2021-04-17 20:05:00São todos uns canalhas, envolvidos até o pescoço juntamente com os filhos que os representam nos governos estaduais. O povo desses estados merece os políticos que elegem. Alagoas é o maior exemplo, com COLLOR e RENAN no senado. O Marechal Deodoro deve estar se virando no túmulo com esses que aí estão.
Lourival
2021-04-17 19:20:33José, é coisa de facção mesmo. Não mexa comigo, não mexo com vc. Tipo CV X PCC Na verdade, as siglas são mais coerentes, por mais incrível que possa parecer. Não se fingem de Vestais ou de últimas Virgens do Lupanar. São o que são e pronto!
José
2021-04-17 18:22:1117 processos no STF? Ninguém lá tem coragem de julgar, ou tudo é para caducar?
Lourival
2021-04-17 16:51:041 - Ana, sei que vc atende a seus senhores, mas é importante que as pessoas saibam que o ÚNICO Senador da CPI do Covidão que não tem problemas registrados na Justiça é Alessandro Vieira, de Sergipe. Os outros são o desmantelo de sempre, como segue. ROGÉRIO CARVALHO. Processo por Improbidade Administrativa por contratação irregular de uma Associação para gerir a Saúde em Sergipe, condenado a devolver 566 mil reais, o que não fez.
RonaldoMor
2021-04-17 16:49:30No estica e puxa, uns roendo as cordas dos outros, quem sabe que com essa CPI também aconteça como com Dilma e Cunha e alguns “nobres” cafajestes sejam presos e outros ao menos destituídos dos seus cargos. Candidatos psicopatas e corruptos não faltam para serem desmascarados.