A tentativa de união contra o partido de Evo Morales na Bolívia
Após ter tido um pleito cancelado por fraude no ano passado, a Bolívia terá novas eleições gerais no próximo dia 6 de setembro. Nas pesquisas de opinião, o partido Movimento ao Socialismo (MAS), de Evo Morales, aparece com boas chances de ir para o segundo turno. O candidato escolhido por Morales, Luis Arce (na foto, com...
Após ter tido um pleito cancelado por fraude no ano passado, a Bolívia terá novas eleições gerais no próximo dia 6 de setembro. Nas pesquisas de opinião, o partido Movimento ao Socialismo (MAS), de Evo Morales, aparece com boas chances de ir para o segundo turno. O candidato escolhido por Morales, Luis Arce (na foto, com o ex-presidente), aparece com cerca de 30% das intenções de voto.
Na semana passada, o ministro de Governo da Bolívia, Arturo Murillo, afirmou que a presidente da Bolívia e candidata Jeanine Añez faria algumas "propostas muito boas" para o candidato Carlos Mesa. O objetivo seria unir os principais partidos contra Evo Morales e, assim, preservar a democracia.
Antes de buscar uma unidade entre partidos, contudo, Jeanine precisa unificar sua própria coalizão, a Juntos Avancemos. O candidato a vice na chapa, Samuel Doria Medina, disse publicamente que o assunto não foi debatido dentro da coalizão.
"Essa proposta de união parece ter sido mais uma iniciativa pessoal de Murillo", diz o cientista político boliviano Carlos Cordero, professor de sistemas eleitorais na Universidade Mayor de San Andrés. "Talvez ele esteja preocupado com o fato de a candidatura de Jeanine Añez, apesar de todos os recursos investidos, não ter conseguido uma boa colocação nas pesquisas. A disputa parece estar concentrada entre o MAS, de Morales, e o Comunidade Cidadã, de Carlos Mesa."
Añez, que alcançou uma popularidade em torno de 70% no final do ano passado, quando assumiu o governo e aplacou o caos fomentado por Evo Morales desde o exterior, teve sua imagem arranhada ao longo dos últimos meses por usar recursos públicos em sua campanha. Sua decisão de se candidatar em um período turbulento do país também foi reprovada por 64% da população.
"Uma proposta de união poderia até acontecer, mas não seria algo muito provável. Essa cultura de unidade é um pouco utópica quando se olha para a tradição da política boliviana. Não conheço acordos políticos bem-sucedidos na nossa história", diz Cordero.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)