A resposta da MSC Cruzeiros para a denúncia de escravidão de cubanos
A empresa MSC Cruzeiros afirmou nesta quinta, 27, que as práticas adotadas com seus tripulantes cubanos estão em conformidade com as regras impostas pelas autoridades de Cuba. O comunicado enviado a Crusoé é uma resposta à reportagem MSC Cruzeiros é acusada de explorar mão de obra cubana. O texto é baseado em um relatório da...
A empresa MSC Cruzeiros afirmou nesta quinta, 27, que as práticas adotadas com seus tripulantes cubanos estão em conformidade com as regras impostas pelas autoridades de Cuba.
O comunicado enviado a Crusoé é uma resposta à reportagem MSC Cruzeiros é acusada de explorar mão de obra cubana. O texto é baseado em um relatório da ONG Prisoners Defenders, que coletou 1.111 depoimentos de cubanos. Segundo eles, a MSC Cruzeiros contrata profissionais por meio de um agente cubano, a Selecmar, que fica com até 80% dos seus salários. A ONG afirma que esse tipo de prática configura escravidão. O modelo é similar ao que foi empregado no Mais Médicos, do governo petista.
"As contratações de funcionários cubanos por meio da agência Selecmar são uma exigência das autoridades cubanas. As regras e condições são aplicadas a todas as empresas de navegação ao contratar tripulantes cubanos", afirma a empresa na nota.
A MSC alega ainda que, desde o início da pandemia, não contratou nenhum tripulante cubano. "A indústria de transporte marítimo é um setor altamente regulado e a companhia segue a jurisdição requerida para os contratos de trabalho", segue o texto.
Retenção de passaportes
A empresa de cruzeiros também se manifestou sobre a denúncia de que os cubanos têm o passaporte confiscado ao embarcar nos navios (foto). De acordo com a denúncia, ao atracar em portos, os cubanos não recebem o passaporte de volta e são monitorados por outros funcionários da MSC. Isso porque, para cada um que foge, a empresa é obrigada a pagar uma multa de 10 mil dólares para a Selecmar. "Por causa disso, eles afirmam que os outros funcionários da MSC Cruzeiros se convertiam para eles em uma extensão da repressão do regime cubano", afirma a denúncia.
Segundo a MSC Cruzeiros, "os passaportes dos tripulantes de todas as nacionalidades são mantidos com a administração do navio por razões imigratórias e logísticas. As autoridades dos portos em que os navios operam verificam os documentos originais e todos devem estar disponíveis assim que exigidos. Essa é uma prática comum do setor".
Universalização dos direitos humanos
A justificativa de que a empresa deve seguir as regras e condições determinadas pelas autoridades cubanas é contestada pelo advogado Javier Larrondo, diretor da ONG Prisoners Defenders. "Não há nenhum motivo para uma empresa seguir 100% o que uma ditadura manda. Há normas internacionais e europeias de direitos humanos que regem como devem ser as relações de trabalho", diz Larrondo.
A escravidão é proibida por diversas convenções internacionais, como a Convenção sobre a Escravidão, de 1926, e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948.
Em novembro de 2019, duas relatoras especiais da ONU analisaram as missões de médicos e outros profissionais cubanos enviadas ao exterior. Elas concluíram que "as condições de trabalho relatadas podem ser consideradas trabalho forçado, de acordo com os indicadores de trabalho forçado estabelecidos pela Organização Internacional do Trabalho. O trabalho forçado é uma forma contemporânea de escravidão".
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Comentários (10)
Myrian Fernanda Novais De Oliveira
2022-01-28 12:08:48É muito difícil de entender essa ditadura secular. E o povo, a meu ver , em todas essa décadas de "escravidão " aplaude e aprova. Que triste humanidade tem nosso planeta.
Maria
2022-01-28 09:38:06MORO PRESIDENTE 2022! 🇧🇷🇧🇷🇧🇷🇧🇷
Davidson
2022-01-28 00:17:52😆😆😆😆😆
A.
2022-01-27 22:54:01trabalhei muitos anos nesta área e o regime de trabalho num navio de passageiros ou de carga é igual para todos os tripulantes independente da sua nacionalidade. E precisa ser assim pois sao aproximadamente 1700 tripulantes num navio de passageiros. Tanto na MSc como em qualquer outra empresa de navegação. E se o país de origem do tripulante tem uma determinação sobre seus cidadãos, as empresas de navegação também precisam obedecer sob pena de serem multadas.
MARIA
2022-01-27 21:06:13A MSC deveria sofrer um mega, super, enorme boicote por práticas desumanas, anti-eticas e vergonhosas. Eu, jamais farei um cruzeiro com essa empresa.
Jose
2022-01-27 20:37:12Governos militarizados são todos iguais!
MARCOS
2022-01-27 20:20:00PELAS RESPOSTAS DADAS REALMENTE SE FAZ ESCRAVOS NESSE NAVIO.
Hierania
2022-01-27 19:12:52As leis de Cuba ferem os direitos humanos. Logo, a companhia marítima assumiu a prática do trabalho escravo, em seus navios. Ninguém pode reter os documentos de ninguém, em nenhuma situação, tampouco os seus salários.
JO EL
2022-01-27 19:00:49Segundo a ex presidenta Dilma, nao foi trabalho forcado, quer dizer, foi, mais nao foi, se trabalharam e so receberam 20% de 100% eles receberam no total 100% menos 20%, tanto quem trabalhou como os que nao trabalharam, todos nao receberam integral, mas todos trabalharam integral da mesma forma. NEM PASSADO, NEM PRESENTE, MORO PRESIDENTE.
Elaine
2022-01-27 18:13:24Perfeita colocação “Não há nenhum motivo para uma empresa seguir 100% o que uma ditadura manda “. Isto é escravidão disfarçada . Vergonhoso .