Aras livra primeiro escalão do governo de investigações
Na última semana, Augusto Aras (foto) manifestou-se no Supremo Tribunal Federal contra a abertura de uma investigação sobre a prática de crime de responsabilidade por Damares Alves. Signatária do pedido, a deputada Natália Bonavides, do PT do Rio Grande do Norte, pediu a apuração após a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos...
Na última semana, Augusto Aras (foto) manifestou-se no Supremo Tribunal Federal contra a abertura de uma investigação sobre a prática de crime de responsabilidade por Damares Alves. Signatária do pedido, a deputada Natália Bonavides, do PT do Rio Grande do Norte, pediu a apuração após a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos se contradizer sobre a identificação de desaparecidos políticos entre 2019 e 2020 pela comissão responsável sobre o tema no ministério. As contradições, disse a parlamentar, foram constatadas na resposta de um requerimento de informações da Câmara.
O procurador-geral da República, no entanto, não viu indícios de infração político-administrativa. “Não há como prevalecer o raciocínio de que a alegada contradição entre respostas apresentadas pela noticiada equivale à ausência de resposta. Tal conclusão resultaria num desvirtuamento da norma constitucional, claramente destinada a coibir comportamentos aviltantes, de manifesto desrespeito ao Poder Legislativo”, argumentou.
A posição não é inédita. Em pelo menos outras cinco oportunidades, o PGR opinou pela rejeição de notícias-crime movidas contra integrantes do alto escalão do governo Jair Bolsonaro, sem abrir nem mesmo uma apuração preliminar.
Aras agiu da mesma maneira, por exemplo, quando o advogado Ricardo Bretanha Schmidt pediu, no Supremo, que a PGR apresentasse denúncia contra Damares após a divulgação da reunião ministerial de 22 de abril, ocasião em que ela defendeu a prisão de prefeitos e governadores devido aos episódios em que, após a imposição do isolamento social, pessoas foram detidas ou imobilizadas por descumprir as normas de combate à pandemia do novo coronavírus.
Para o PGR, naquele encontro, Damares não cometeu “grave ameaça” contra os gestores.
Em outros 12 casos, Aras sugeriu a rejeição de pedidos de abertura de inquéritos e denúncia de ministros palacianos sob a justificativa de que a PGR havia instaurado notícias de fato para apurar episódios de forma preliminar. As investigações, porém, nunca andaram.
Foi o que ocorreu com quatro notícias-crime movidas contra o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno. O general tornou-se alvo dos pedidos de investigação por violação à Lei de Segurança Nacional em maio, depois de afirmar que eventual apreensão do celular de Jair Bolsonaro poderia ter "consequências imprevisíveis".
À época, a cautelar havia sido requerida por partidos de oposição em um desdobramento do inquérito que investiga a interferência do presidente da República na Polícia Federal. Em um movimento de praxe, o então relator dos pedidos, Celso de Mello, encaminhou a documentação à PGR para análise. O despacho provocou a ira de Bolsonaro, que, na ocasião, assegurou que não entregaria o aparelho. “Só se eu fosse um rato”, disparou.
Sobre a postura de Heleno, Aras limitou-se a comunicar o STF sobre o início da apuração preliminar e afirmar que, caso surgissem "indícios robustos sobre a prática de ilícitos", iria requerer a abertura de um inquérito criminal. Entretanto, não houve mais movimentação sobre o caso na PGR.
O mesmo ocorreu em relação a notícias-crime movidas contra os ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles; da Defesa, Fernando Azevedo e Silva; e da Saúde, Eduardo Pazuello.
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Comentários (10)
Maria
2020-12-01 12:15:48Misericórdia! Até onde vai isso?
Marli
2020-12-01 09:52:42Ele pode até pedir mas os Ministros do Supremo podem negar e seguir adiante. A palavra dele não é Lei.
Marcia
2020-12-01 09:13:43Podem falar o que quiserem, mas até agora nada de corrupção! É isso que mata a esquerda caviar!
Voto Salva
2020-11-30 20:32:58Temos que consertar isso e acabar com esses deuses poderosos que tomam decisoes monocraticas que batem de encontro com a vontade da grande maioria da populacao. Passou da hora de acabar com essas castas politico socias, como pode esses funcionarios publicos serem tratados de excelencia e o povo de miseravel, se e o povo que paga toda as contas. Quando esses politicoe e funcionarios publicos vao entender que o patrao eh o cidadao Brasileiro, que atraves do voto se manifesta e nao eh respeitado.
Liu
2020-11-30 17:10:10Quem controla o controlador? Não é possível que no meio dessa lei toda não temos nada para nos defender de funcionários públicos como esse... lembrando, é um funcionário publico, não deveria ser blindado ou intocável. Politicos e funcionários públicos de alto escalão deveriam ser como papel higiênico. Sujou, joga fora, sem dó nem piedade.
Odete6
2020-11-30 16:40:57Só uma bomba de vermífugo pra erradicar ambos: esse verme servil mandado por outro verme. SUBESPÉCIE de ASQUEROSOS!!!!!
Maria
2020-11-30 15:19:45Ainda bem que o céu não é para todos.
Sônia
2020-11-30 15:01:26omissao,covardia e conivência com os que merecem justiça
Ivanilson
2020-11-30 14:14:12Está corretíssimo. Não houve e não haverá.
Juarez
2020-11-30 13:02:08Eta velhote asqueroso, tá fazendo o combinado com o minto