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A discreta manifestação política da Argélia na abertura das Olimpíadas

26.07.24 17:11

A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, ainda em andamento, ocorreu de uma maneira bastante diferente das anteriores: as delegações dos mais de 200 países desfilaram em barcos pelo rio Sena, no centro da capital francesa, em vez das tradicionais paradas em estádios. Com pouquíssimo tempo de TV para cada país, alguns atos nos barcos acabaram gravados apenas pelas próprias delegações.

O time da Argélia, um dos primeiros a atravessar o trajeto, aproveitou para fazer uma homenagem de cunho político no local: os membros da delegação jogaram rosas no Sena, em uma lembrança a um massacre ocorrido no local.

O ato faz referência a morte de ao menos 100 argelinos, por tropas militars francesas, em 17 de outubro de 1961 (o governo francês reconheceu, à época, apenas três mortes). Alguns argelinos acabaram tendo seus corpos arremessados no rio por tropas francesas.

Estando logo ao sul da França no mar Mediterrâneo, o território argelino foi ocupado pelos sucessivos impérios e governos de Paris até os anos 1950, quando Argel entrou em uma guerra de independência que durou oito anos. O ataque a argelinos na capital francesa ocorreu já na parte final da guerra, um ano antes de o governo de Argel conseguir sua independência para formar seu próprio Estado.

A França só reconheceu o massacre em 2001, 40 anos após o ato. Uma placa às margens do rio Sena hoje lembra os “muitos argelinos abatidos pela repressão sangrenta à manifestação pacífica de 17 de outubro de 1961”.

Leia mais em Crusoé: Por que o uniforme do Brasil nas Olimpíadas é tão, mas tão ruim?

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