Pedro Ladeira/Folhapress

A derrota imposta pelo STF a um ‘calado’ Bolsonaro

01.07.20 17:13

O presidente Jair Bolsonaro amargou nesta quarta-feira, 1º, a segunda derrota nos tribunais em apenas dois dias. Depois de, na terça-feira, 30, perder no TSE, com a decisão pela reabertura da ação que pede a cassação de sua chapa, Bolsonaro sofreu um revés no STF.

Em sessão administrativa, os ministros do Supremo Tribunal Federal rejeitaram uma proposta do ministro Marco Aurélio Mello para que atos do Legislativo ou do Executivo fossem julgados apenas pelo colegiado em plenário, e não pelos ministros de maneira monocrática. A sugestão foi feita em maio, logo após o ministro Alexandre de Moraes suspender, por liminar, a nomeação de Alexandre Ramagem, nome do coração de Bolsonaro para o comando da Polícia Federal.

Marco Aurélio argumentou que derrubar atos de outros Poderes deveria ser algo excepcional e que, portanto, a decisão deveria ser sempre submetida ao plenário, onde votam os onze ministros. A proposta alteraria o Regimento Interno do STF. O ministro, no entanto, foi voz isolada no Supremo.

Apesar de o STF ter lhe impingido mais uma derrota, que pode lhe custar caro mais adiante, o presidente tende a não tecer comentários sobre a decisão. O Bolsonaro de menos de um mês atrás iria pintar e bordar diante de uma notícia dessa natureza. Esbravejaria. Lançaria toda sorte de impropérios para o deleite de apoiadores no cercadinho do Alvorada. Mas tudo indica que o agora “capitão paz e amor”, se o fizer, fará intramuros, timidamente, diante apenas dos seus.

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