A constrangedora coincidência na chegada de Weintraub ao Banco Mundial
O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, indicado pelo governo brasileiro para um cargo na Diretoria-Executiva do Banco Mundial, terá um constrangimento ao chegar à sede da instituição, em Washington. Localizado a poucas quadras da Casa Branca, o prédio ganhou um gigantesco banner contra o racismo. A faixa #EndRacism cobre parte da fachada do banco e...
O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, indicado pelo governo brasileiro para um cargo na Diretoria-Executiva do Banco Mundial, terá um constrangimento ao chegar à sede da instituição, em Washington. Localizado a poucas quadras da Casa Branca, o prédio ganhou um gigantesco banner contra o racismo. A faixa #EndRacism cobre parte da fachada do banco e foi instalada na sexta-feira, 19, dia do embarque de Weintraub para os Estados Unidos.
Apesar da coincidência, a instalação do banner não foi uma provocação ao ex-ministro da Educação, que é investigado pelo Supremo Tribunal Federal justamente pelo crime de racismo. Em abril, a pedido da Procuradoria-Geral da República, o ministro do STF Celso de Mello determinou a abertura de inquérito para investigar o então ministro.
A apuração começou depois de postagens racistas de Weintraub, em que ele zomba do sotaque de chineses e insinua benefícios ao país com a crise do coronavírus. “Geopoliticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha?”, escreveu Weintraub, fazendo menção às falhas de linguagem do personagem do cartunista Maurício de Souza.
O banner antirracismo foi instalado na fachada do Banco Mundial no dia que marca o fim de mais de dois séculos de escravidão nos Estados Unidos. A data, sempre lembrada pelo movimento negro, este ano ganhou outro status por conta da luta contra a discriminação gerada pela morte de George Floyd, assassinado por um policial branco durante uma abordagem.
Na sexta-feira, 19, o presidente do Banco Mundial, David Malpass, divulgou uma carta pública sobre a campanha. O chefe da instituição contou que, nas últimas semanas, teve reuniões com a equipe do banco sobre a importância do combate ao racismo. Durante esses encontros, os futuros colegas de Weintraub, segundo Malpass, demonstraram sentimentos como “raiva, compaixão e vergonha diante desses atos indefensáveis”.
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