Como a PGR pretende asfixiar a rede que organiza atos antidemocráticos
A divulgação da decisão que autorizou a operação contra os organizadores e financiadores dos atos antidemocráticos, no dia 27 de maio, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, revelou quem são os agentes da rede bolsonarista que estão na mira da Procuradoria-Geral da República e como a PGR pretende asfixiar o grupo. Além...
A divulgação da decisão que autorizou a operação contra os organizadores e financiadores dos atos antidemocráticos, no dia 27 de maio, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, revelou quem são os agentes da rede bolsonarista que estão na mira da Procuradoria-Geral da República e como a PGR pretende asfixiar o grupo.
Além de 11 parlamentares que apoiam o presidente Jair Bolsonaro e que participaram ou estimularam as manifestações, outras 26 pessoas e empresas também tiveram o sigilo bancário quebrado pelo STF a pedido da PGR. Entre eles estão uma série de blogueiros e youtubers que apoiam e transmitem os atos, como Allan dos Santos, Emerson Teixeira e Camila Abdo, e grupos que organizam as manifestações, como o Movimento Conservador e o Nas Ruas.
As quebras de sigilo também se estenderam a empresários bolsonaristas suspeitos de financiarem os atos, como Otávio Fakhoury e Luís Felipe Belmonte, este último vice-presidente e articulador da Aliança pelo Brasil, o novo partido que Bolsonaro tenta criar, e a empresas de marketing digital contratadas por deputados com verba de gabinete, como a Inclutech Tecnologia da Informação, que pertence a Sergio Lima, marqueteiro da Aliança.
O acesso às movimentações bancárias de toda a rede bolsonarista ocorrerá no período entre 19 de abril do ano passado, um ano antes da data de abertura do inquérito pela PGR, após uma manifestação em Brasília que defendia a intervenção militar, e 3 de maio. O objetivo é descobrir quem alugou os caminhões e trios elétricos presentes nos atos. A PGR também solicitou que a Polícia Federal investigue quem é a pessoa beneficiária de um financiamento coletivo destinado a custear as manifestações feito por meio do site “Vakinha”.
A pedido da PGR, Moraes também determinou que as empresas de tecnologia responsáveis pelas plataformas utilizadas pela rede bolsonarista, como Google, Facebook, Youtube e Twitter forneçam dados sobre a monetização das páginas que fomentaram os atos antidemocráticos.
Segundo Alexandre de Moraes, "os indícios apresentados na manifestação apresentada pela Procuradoria-Geral da República confirmam a real possibilidade de existência de uma associação criminosa". No pedido feito ao ministro, a PGR fala em "funcionamento estruturado e economicamente rentável" da organização e cita reportagem publicada por Crusoé em outubro do ano passado sobre a rede bolsonarista.
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