Com paçoca e prisma, Senado dá as boas-vindas aos eleitos
Os novos senadores eleitos em outubro ainda nem tomaram posse e a burocracia do Senado já se mostra empenhada em torrar dinheiro público com eles. Desde a última quarta-feira, 28, a direção da Casa vem bancando diárias e passagens para que conheçam os gabinetes e corredores que ocuparão nos próximos oito anos. A turma, que participa do...
Os novos senadores eleitos em outubro ainda nem tomaram posse e a burocracia do Senado já se mostra empenhada em torrar dinheiro público com eles. Desde a última quarta-feira, 28, a direção da Casa vem bancando diárias e passagens para que conheçam os gabinetes e corredores que ocuparão nos próximos oito anos.
A turma, que participa do tour até a próxima sexta, 30, é formada por cerca de 100 pessoas -- além dos próprios eleitos, também estão incluídos seus assessores. A programação inclui palestras, visitas guiadas, paradas para lanches e alguns brindes curiosos.
Eventos assim são comuns sempre que há uma nova turma de senadores prestes a ser empossada. Mas, desta vez, os organizadores capricharam -- ou seria exageraram? -- nos mimos. No primeiro dia do evento de boas-vindas, os convidados ganharam um porta-retrato e (veja só que útil!) um prisma de vidro para decorar suas mesas. Devidamente identificados com crachás, eles também receberam uma caixinha com uma surpresa. Dentro dela havia... uma paçoquinha de amendoim.
Os 46 senadores de primeira viagem, a maioria esmagadora entre as 54 cadeiras em disputa nas últimas eleições, não poderão reclamar da falta de informações. Cada novato recebeu um convite, e pôde indicar dois funcionários para participar das atividades.
No grupo tem até senador que não é tão de primeira viagem assim. É o caso de Mailza Gomes, do PP do Acre. Suplente de Gladson Cameli, eleito governador do estado, ela já está há dois meses no mandato e mesmo assim não se fez de rogada -- e ainda levou seus assessores.
Os brindes, inclusive a paçoca e o prisma, vieram em ecobags estilizadas. Tudo produzido à custa de dinheiro público, claro, com uma ajudinha do Sicoob Legislativo, cooperativa de crédito para servidores do Congresso que ajuda a patrocinar o evento.
O tour começou com uma dinâmica de apresentação e uma foto do grupo. No folder com a programação há duas recomendações curiosas. A primeira nem deveria estar ali: “Sua pontualidade é importante”. A outra diz muito sobre o trabalho da turma: “Lembre-se dos nossos acordos”.
O acesso é limitado. Para impedir a presença de intrusos que queiram ouvir as lições, só entra quem estiver com o crachá, que vai ganhando etiquetas específicas a depender da "aula". Nesta quarta, dois assessores foram barrados porque não estavam na lista de convidados. A segurança é mais rígida até do que no próprio plenário.
As palestras tratam de temas caros aos senadores: apartamentos funcionais, cota parlamentar (valor a que as excelências têm direito para custear as despesas do mandato), plano de saúde, celular privativo, motorista.
O Senado mostra que está mesmo em outro planeta. Procurado por Crusoé, se recusou a informar quanto está gastando com o evento de boas-vindas.
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Comentários (10)
Eliel
2018-11-29 13:58:03QUE RIDÍCULO.
Cesar
2018-11-29 10:49:34Agora a nossa recomendação aos 46 senadores debutantes e POR NÓS ELEITOS..."Lembrem-se dos nossos acordos...DE MORALIZAR NOSSO PAÍS!!!"
Leila
2018-11-29 10:09:21Hahahaha última oportunidade para superfaturar e levar um extra... êee cambada de safados!
Rodolfo
2018-11-29 09:19:23Sendo bem polyânico, diria que pelo menos eles economizaram na paçoca. Podia ser Ferrero Rocher kkkkkkkk
Lili
2018-11-29 08:10:55Vergonhoso para dizer o mínimo.
Marcos
2018-11-29 07:35:56É o rabo tentando abanar o cachorro. Usam a desculpa do desconhecimento para enquadrar os calouros. A prática é velha também em sindicatos. Empresas até podem fazer suas dinâmicas de grupo com empregados, mas aqui a coisa se inverteu, é a "nomenclatura" assumindo o controle.
PAULO
2018-11-29 07:34:04O Congresso tem como principal objetivo, o bem estar e o conforto do parlamentar, além de muuuuuuito dinheiro nas c/c ...
Dulce
2018-11-29 07:24:28Se eles precisassem produzir para ter dinheiro para torrar como fazemos todos os brasileiros normais, seriam bem mais cautelosos, como o dinheiro vem do pagador de impostos que eles fazem questão de ignorar, fica fácil jogar pelo ralo.
Wanderlei
2018-11-29 07:10:41E de uma vadiagem sem par, em qualquer empresa a integração é feita a partir do primeiro dia de trabalho. Para a canalhada nosso dinheiro é capim.
RODOLFO
2018-11-29 07:07:15Os cortes no orçamento deveriam começar por aí. O exemplo vem de cima