Aras vai analisar acusação de vazamento de operação da PF a Flávio Bolsonaro
O procurador-geral da República, Augusto Aras (foto), vai analisar a acusação feita pelo empresário Paulo Marinho de que o senador Flávio Bolsonaro recebeu uma informação antecipada de um delegado da Polícia Federal sobre a Operação Furna da Onça, deflagrada em 2018 contra deputados estaduais do Rio de Janeiro por suspeita de desvio de dinheiro na Assembleia...
O procurador-geral da República, Augusto Aras (foto), vai analisar a acusação feita pelo empresário Paulo Marinho de que o senador Flávio Bolsonaro recebeu uma informação antecipada de um delegado da Polícia Federal sobre a Operação Furna da Onça, deflagrada em 2018 contra deputados estaduais do Rio de Janeiro por suspeita de desvio de dinheiro na Assembleia Legislativa.
Após a análise sobre as declarações de Marinho em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Aras deve decidir se chama ou não o empresário e suplente de Flávio Bolsonaro no Senado para prestar depoimento no inquérito que investiga a suposta interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal, que resultou no pedido de demissão do ex-ministro Sergio Moro.
Segundo Paulo Marinho, Flávio lhe contou, em dezembro de 2018, que soube com antecedência que a Operação Furna da Onça seria desencadeada. Foi nessa investigação, feita pela PF e pelo Ministério Público Federal, que surgiu o relatório do Coaf apontando a movimentações financeiras atípicas de uma série de assessores da Assembleia do Rio, entre eles Fabrício Queiroz, ex-funcionário do gabinete de Flávio e amigo do presidente Jair Bolsonaro.
Queiroz é acusado de operar o esquema de “rachid” (devolução de parte dos salários dos funcionários) dentro do antigo gabinete de Flávio na Assembleia do Rio. A investigação sobre o ex-assessor e o atual senador é conduzida pelo Ministério Público estadual, que aponta fortes indícios de que o filho do presidente montou uma organização criminosa para desviar dinheiro público e lavar os recursos ilícitos por meio de transações imobiliárias. Ele nega.
Segundo o relato de Marinho, o alerta dado a Flávio ocorreu entre o primeiro e o segundo turnos das eleições presidenciais e foi dado por um delegado da PF simpatizante da candidatura de Bolsonaro. Ainda segundo Marinho, os policiais teriam segurado a operação sigilosa para que ela não prejudicasse a candidatura de Bolsonaro. O delegado da PF também teria orientado Flávio a demitir Queiroz e a filha dele, o que acabou ocorrendo em 15 de outubro de 2018.
Em nota, Flávio Bolsonaro afirma que as acusações feitas por Paulo Marinho, ex-aliado do presidente e seu suplente no Senado, "não passam de invenção de alguém desesperado e sem votos". "É fácil entender esse tipo de ataque ao lembrar que ele, Paulo Marinho, tem interesse em me prejudicar, já que seria meu substituto no Senado", diz Flávio.
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