O busto que colocou o ministro Ricardo Salles no banco dos réus
Uma perícia feita pelo Instituto de Criminalística de São Paulo constatou que o busto do guerrilheiro Carlos Lamarca (foto), retirado de um parque estadual em agosto de 2017 a mando do atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, contém danos antigos e causados pela exposição da peça ao clima, como trincas e fraturas. O laudo...
Uma perícia feita pelo Instituto de Criminalística de São Paulo constatou que o busto do guerrilheiro Carlos Lamarca (foto), retirado de um parque estadual em agosto de 2017 a mando do atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, contém danos antigos e causados pela exposição da peça ao clima, como trincas e fraturas.
O laudo assinado em maio deste ano pelo perito criminal Alisson Teixeira Leite foi anexado aos autos da ação penal movida pelo Ministério Público paulista que colocou Salles no banco dos réus nesta semana, sob acusação de crime contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural. A denúncia foi aceita pela juíza Gabriela de Oliveira Thomaze, da 1ª Vara de Jacupiranga, no interior paulista
Segundo o MP, Salles "inutilizou" e "deteriorou" o busto, o pedestal e o painel de informações de Lamarca, que ficava no Parque Estadual do Rio Turvo, na cidade de Cajati, no Vale do Ribeira. A estrutura de concreto, cuja instalação custou 614 mil reais, foi retirada no dia 8 de agosto de 2017, durante uma visita de Salles ao local, quando era secretário do Meio Ambiente no governo Geraldo Alckmin.
O busto foi instalado em 2012, após aprovação do conselho gestor do parque. Após ser retirada, a peça foi levada para a sede da Polícia Ambiental no Horto Florestal, na capital paulista, onde ficou guardada dentro de um armário de madeira. Pelo laudo pericial não é possível saber se os danos no busto foram provocados antes ou depois de sua remoção do parque.
Ex-capitão do Exército Brasileiro, Lamarca liderou a Vanguarda Popular Revolucionária, organização de luta armada de esquerda que enfrentou o regime militar (1964-1985). Foi condenado pelo Superior Tribunal Militar como desertor e caçado pelo regime, até ser morto em 1971. Comandou assaltos a bancos e o sequestro do embaixador suíço Giovanni Bucher no Rio, em 1970, em troca da libertação de 70 presos políticos.
Entre 1969 e 1970, Lamarca e outros 16 guerrilheiros fizeram treinamento de guerrilha em grutas no meio da Mata Atlântica, no Sítio Capelinha, onde hoje fica o parque do Rio Turvo. Antes da retirada da peça por Salles, a Secretaria do Meio Ambiente destacava que a passagem do guerrilheiro pelo local era um "grande atrativo histórico" do parque. Salles nega ter cometido crime com a retirada do busto.
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Comentários (10)
SANDRA
2019-12-06 20:22:15Que barbaridade, tchê. Esse MP e Juíza deveriam ter vergonha na cara. Qtos corruptos ladrões da nação já prenderam?
MELCIA
2019-12-06 17:13:37Neste país, ladrões, assassinos, sequestradores, quando mortos são heróis e, quando sobrevivem governam e roubam o país e/ou são fartamente indenizados. Quando nos tornaremos um povo de brio????
Carlos
2019-12-06 16:43:58Homenagem a fora da Lei? Foi pago com dinheiro público?
Armando
2019-12-06 16:19:20Pra mim, quem devia estar no banco dos réus é quem pagou e mandou colocar essa porcaria em local público. Poderiam mandar instalar no sítio do Luladrão. Armando.
Luís
2019-12-06 14:41:52O MP deveria processar quem fez essa escultura horrenda e quem pagou 614 mil por ela.
Diana
2019-12-06 14:16:54Custou 614 mil uma estátua de terrorista?? Deviam processar por improbidade o canalha que gastou dinheiro público homenageando esse bandido!!
João
2019-12-06 13:59:57Salles deveria ser condecorado por ter feito isso. Não temos que manter busto de bandido em praça pública.
Nino
2019-12-06 13:58:02Lamarca é "patrimônio cultural"? É o país da piada pronta mesmo.
Jorge
2019-12-06 12:54:28Ex capitão traidor da Pátria, desertor , que fugiu do quartel onde servia, roubando várias armas que foram introduzidas na guerrilha. Era um assassino, que matou um Tenente da Policia Militar de São Paulo, que se entregou aos facínoras guerrilheiros que combatiam no vale da Ribeira. Matou o jovem Tenente à coronhadas, para não fazer barulho que alertasse as tropas militares que estavam em seu encalço. Cretino que teve o fim que merecia, ao ser fuzilado na Bahia ao ser capturado em combate.
Paula
2019-12-06 12:28:25614 mil reais??!! O autor só pode ser um artista renomado porque esse volume de concreto não custa essa fortuna. Está parecendo mais uma farra que deve ser investigada.