STF anuncia tese que prevê compartilhamento do Coaf somente por 'canais oficiais'
O Supremo Tribunal Federal anunciou nessa quarta-feira, 4, que é permitido o compartilhamento de informações fiscais e bancárias entre a Receita e a UIF com o Ministério Público e as polícias sem autorização judicial, desde que sejam realizados por meio de procedimentos formais nos canais oficiais e seguros dos órgãos. A discussão pode refletir no...
O Supremo Tribunal Federal anunciou nessa quarta-feira, 4, que é permitido o compartilhamento de informações fiscais e bancárias entre a Receita e a UIF com o Ministério Público e as polícias sem autorização judicial, desde que sejam realizados por meio de procedimentos formais nos canais oficiais e seguros dos órgãos.
A discussão pode refletir no caso do senador Flávio Bolsonaro. A defesa do parlamentar vinha alegando que o Ministério Publico do Estado do Rio de Janeiro teria feito uma devassa ao pedir algumas informações ao Coaf. O pedido foi citado em um e-mail interno do órgão que diz que havia sido solicitado ao Coaf o esclarecimento de algumas informações que estariam equivocadas no relatório encaminhado. Os relatórios e dados trocados entre MP e o então Coaf, contudo, foram transmitidos todos pelos canais oficiais.
As regras foram anunciadas pelo ministro Alexandre de Moraes e seguidas pelos demais ministros. Exceto o ministro Marco Aurélio Mello, que ficou vencido por discordar da própria discussão sobre o tema.
Coube ao ministro Ricardo Lewandowski (foto), que não havia votado sobre o compartilhamento de dados da UIF nas sessões anteriores, levantar o argumento trazido pela defesa de Flávio. Ele lembrou a decisão do ministro Gilmar Mendes, que havia paralisado a investigação contra o senador antes de o STF concluir o julgamento do assunto.
"Não é raro, e o ministro Gilmar Mendes, em seu voto na reclamação 36679 (o recurso de Flávio Bolsonaro), faz referência a um e-mail do Ministério Público em que pede informações complementares. Ou seja, é uma informação complementar e a esta podem se seguir outras e outras mais, a meu ver isso pode representar quebra de sigilo sem o crivo judicial", afirmou Lewandowski, que criticou os pedidos de informações do Ministério Público.
Em resposta, o ministro Luiz Edson Fachin observou que somente o compartilhamento de dados dos RIFs e das representações fiscais deve ser por meios oficiais, e eventuais pedidos de esclarecimentos do Ministério Público poderiam ser feitos via outros canais.
"O que não me parece, e aqui peço vênia, que nós entendamos como compartilhamento eventual comunicação que se faz para o esclarecimento de alguma inconsistência", alegou Fachin. Ao final, os ministros reconheceram que a UIF só pode compartilhar os dados que já possui em seu sistema, o que torna inviável uma quebra de sigilo, por mais que o Ministério Público solicite mais informações.
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Comentários (10)
FERNANDO ANDRADE
2019-12-05 09:38:27Essa caricatura da foto só se manifesta com segundas intenções. Com viés político e maldoso.
Cretino
2019-12-04 20:37:54Os bandidões tentaram dar uma mão ao Flávio. A coisa ainda ficou confusa quanto aos 935 processos suspensos. O MPF-RJ tem que reiniciar a investigação contra Flávio, além do Pres. da Alerj, do PT, e outros mais.
IVONE
2019-12-04 20:31:36Segue a saga do STF contra os interesses do povo brasileiro. Cada vez mais, se equivocam nos votos por falta de preparo. Quando cairá a farsa?
Benedicto
2019-12-04 18:48:19Justiça para que Justiça, gasta-se demais contudo a lei do mais forte está mais atuante que nunca. Definitivamente cheguei a conclusão que não tinha mesmo vocação para ser um militar estrelado!!
Gabriel
2019-12-04 18:02:37Essa história do MP o que ouvi foi que o Coaf disponibilizou informações a mais do que deveria. Quente de sigilo bancário é diferente de relatório do Coaf. Outra seara.
Mario
2019-12-04 17:52:00ditadura já fecha esse país para talvez no futuro ter democracia de verdade e não putocracia. veja claramente está democracia que está aí é contra os brasileiros e a favor dos amigos. muita bagunça 5000 funcionários para 35 eputados no RJ. fecha tudo tá tudo roubando o povo, isso não é democracia. o povo tá sem direito a nada. até Bolsonaro tá matando o povo. acabando com direitos do trabalhador. banqueiros vai baixar juros para 8% e vão cobrar taxas pra compensar. o Brasil virou o lixão.
Eduardo
2019-12-04 17:49:38Como é possível uma armação dessas? Acompanhei os votos de cada um dos ministros e a tese vencedora foi do compartilhamento sem restrições. Agora estabelecem exigência sob medida para favorecer o 01? Os ministros não respeitam sua própria decisão. Usam e abusam de “interpretações” para beneficiar esse ou aquele corrupto. E como fica o princípio da impessoalidade? Como podem os demais ministros se curvar, de forma covarde, aos desmandos da banda podre do STF?
ANTONIO
2019-12-04 17:41:36Quando é que esses meretríssimos vão aceitar os avanços tecnológicos que, à toda hora e exponencialmente, nos são quase que impostos? Os benefícios estão à vista de todos. Quando houver outro lula para soltar, vão dizer que e-mail, zap e até grito são válidos. IMPEACHMENT já. LAVA TOGA a seguir.
Aparecida
2019-12-04 17:41:07Tem algo de podre pipocando por aí, o STF não sossega de forma alguma, vamos aguardar...
Caubi
2019-12-04 17:29:47Qual era o regramento quando o MP solicitou as informações via e-mail ?