China culpa 'forças estrangeiras' por derrota eleitoral em Hong Kong
A agência estatal de notícias da China, Xinhua, publicou nesta terça-feira, 26, uma matéria culpando "forças estrangeiras" pela derrota de candidatos alinhados com o Partido Comunista de Pequim nas eleições distritais de Hong Kong (foto), realizadas no domingo. Candidatos pró-democracia ganharam 347 das 452 cadeiras de conselheiros distritais. Os políticos ligados ao regime comunista levaram...
A agência estatal de notícias da China, Xinhua, publicou nesta terça-feira, 26, uma matéria culpando "forças estrangeiras" pela derrota de candidatos alinhados com o Partido Comunista de Pequim nas eleições distritais de Hong Kong (foto), realizadas no domingo. Candidatos pró-democracia ganharam 347 das 452 cadeiras de conselheiros distritais. Os políticos ligados ao regime comunista levaram apenas 60 assentos.
"Nos últimos cinco meses, os manifestantes conspiraram com forças estrangeiras e intensificaram atos violentos, o que resultou em polarização política, divisões sociais e reveses na economia", diz a matéria da Xinhua. "A eleição também foi vítima disso. As campanhas de alguns candidatos patrióticos foram seriamente interrompidas e seus escritórios foram destruídos e incendiados. Um candidato foi ferido em um ataque. O assédio a candidatos patrióticos ocorreu no dia da votação. Ao criar um 'terror negro', os manifestantes e os políticos por trás deles, que são contra a China e querem atrapalhar Hong Kong, colheram benefícios políticos substanciais."
O comparecimento nas eleições distritais foi de 70%. Até então, esse índice nunca tinha passado dos 50%. O resultado do pleito foi visto como um referendo popular sobre os protestos por mais democracia na cidade.
"O voto esmagador a favor dos que defendem mais democracia em Hong Kong foi uma demonstração clara da vontade popular. Não se trata do produto da manipulação estrangeira, e sim de uma declaração forte e pacífica de apoio à causa que levou as pessoas às ruas em junho", diz o americano Clayton Dube, diretor-executivo do Instituto EUA-China, em Los Angeles. "Essas eleições serão deturpadas por Pequim, mas elas não poderão ser ignoradas."
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Comentários (10)
Rachid
2019-11-27 01:05:38Hong Kong, ex território britânico devolvido à China. A posse britânica de mais de um século criou um viés cultural ocidental capitalista na população; uma cultura mista. A devolução política à China não tirou os hábitos liberais do povo. A governadora anterior errou feio ao querer processar pessoas na jurisdição chinesa. Aí começou a confusão. A China errou e não está sabendo como lidar com a situação, e teme o efeito contágio ao interior continental. Uma eterna pedra no sapato chinês.
Leandro
2019-11-26 20:38:51La como ca, a auto critica e zero. Os caras levam uma lavada e mesmo assim a culpa e'das forcas externas. Devem ter aprendido com Janio quadros com suas 'Forcas Ocultas' q ate hj nao sabemos quem eram.
Jose
2019-11-26 20:01:52Kkkkkkkk. Os comunistas chineses são iguais aos bozolulistas na hora de encontrar desculpas para os seus fracassos.
Paulo
2019-11-26 18:02:20A rede americana CNN vai divulgar mensagens do Instagram, obtidas pela Glenda Verdevaldo, confirmando a interferência de Donald Trump e dos russos na eleição em Hong-Kong.
Julieta
2019-11-26 18:01:14A diferença entre a China continental comunista tradicional e Hong Kong ocidentalizada e moderna é enorme,quase impossivel imaginar uma solução sem conflitos sérios...afinal são uma mma nação que não se reconhecem como irmãos!
Uira
2019-11-26 17:35:42Portanto parece razoável se pedir maior flexibilidade por parte do Estado chinês em relação à Hong Kong e mais realismo do lado hongue-congue, se eles quiserem continuar se debatendo contra os tentáculos da China, no máximo conseguirão ficar mais fracos e cansados. Ou seja, não resolvem seu problema e ainda se tornam presa fácil.
Uira
2019-11-26 17:33:03Crescer de um patamar baixo com mão de obra abundante e barata é uma coisa, outra é continuar crescendo a partir do patamar de segunda economia do mundo onde a tecnologia muda com um piscar de olhos. A China de hj não é a China de Mao, muito menos a China de 30 anos atrás, portanto deveria supor-se que o Estado chinês se adapte e evolua para não ficar em descompasso com o todo. Qual é a chance de qq candidato pró-democracia conseguir alguma coisa sem aval do Estado chinês?
Uira
2019-11-26 17:25:18Com os ânimos quentes isto é tarefa impossível, mas não há a menor chance de Hong Kong escapar das garras chinesas, então não custaria nada eles pensarem em algo que pudesse aliviar o estresse e sensação de desconexão da juventude hongue-congue em relação ao continente. O modelo de industrialização chinês funcionou até agora, mas uma coisa era copiar o que já tinha sido feito por outros com modificações para as especificidades chinesas, outra é a partir disto criar um modelo sem novo.
Uira
2019-11-26 17:17:40Se as duas partes fossem razoáveis, pontos de intersecção e interesse certamente poderiam ser vistos. O que não deve faltar para um jovem hongue-congue são oportunidades de empregos no continente com salários acima dos pagos aos locais e custo de vida mais em conta que em Hong Kong. Por outro lado, o custo para a China de tentar atrair estes jovens não deve ser tão alto assim, Hong Kong não tem nem 1% do total da população chinesa.
Uira
2019-11-26 17:11:50Além do mais, percebe-se um comportamento nos jovens hongue-congues que é um tanto estranho, sendo eles falantes das duas línguas de negócios mais faladas no mundo, não se valem disto. Eles não teriam grandes oportunidades no “continente”, já que tem acesso a um sistema de educação avançado? Por outro lado, a China não parece ter feito grande esforço para integrar esta mão de obra extremamente qualificada e preparada no continente, talvez pq achasse que não precisasse.