Na reunião sobre Amazônia, Bolsonaro faz críticas e governadores pedem fundo
Na reunião com os governadores da Amazônia Legal no Palácio do Planalto (foto), o presidente Jair Bolsonaro insistiu nas críticas ao presidente da França, Emmanuel Macron, nas acusações contra a imprensa e na reprovação a políticas de gestões passadas de demarcação de vastas áreas indígenas. E ouviu pedidos de apoio do governo federal a medidas...
Na reunião com os governadores da Amazônia Legal no Palácio do Planalto (foto), o presidente Jair Bolsonaro insistiu nas críticas ao presidente da França, Emmanuel Macron, nas acusações contra a imprensa e na reprovação a políticas de gestões passadas de demarcação de vastas áreas indígenas. E ouviu pedidos de apoio do governo federal a medidas efetivas de preservação, como o retorno do Fundo Amazônia.
"Estamos perdendo muito tempo com Macron, temos de tocar a vida", aconselhou o governador do Pará, Helder Barbalho, do MDB, depois de mais uma crítica ao presidente da França, por Macron ter dado declarações sugerindo a possibilidade de internacionalização da Amazônia. A queixa, no caso, foi feita pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, que chamou de "molecagem" a postura do governo francês.
Barbalho ressaltou a importância do Fundo Amazônia para os estados, como fez antes dele Flávio Dino, governador do Maranhão pelo PCdoB, que também defendeu a atuação das ONGs na região e pediu moderação no debate sobre a preservação. "Não é tacando fogo nas ONGs que vamos preservar a Amazônia", disse o maranhense.
Sobre a recusa de doações de governos estrangeiros para o fundo, Dino afirmou que "rasgar dinheiro não é sensato na atual conjuntura". O governador do Maranhão também defendeu o cumprimento da legislação já existente para proteger a floresta, e fez questão de lembrar de ela ter sido aprovada em governos anteriores. Bolsonaro havia criticado os antecessores por terem promovido uma política de demarcação de terras e de áreas de preservação que classificou de "irresponsabilidade".
"Os extremos nunca são adequados", afirmou Dino, defendendo o "salutar debate de pontos de vista diferentes" e afirmando a Bolsonaro que ele poderia contar com sua "sinceridade". No mês passado, o presidente foi gravado criticando o governador do Maranhão para o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, com o uso da expressão "governador de Paraíba", o que o fez ser acusado de preconceito contra nordestinos.
Perto do encerramento da reunião, o presidente ressalvou que a aceitação de doações estrangeiras para o Fundo Amazônia estaria condicionada à política de mais demarcações de reservas e áreas de preservação, de uma forma que prejudicaria o agronegócio. Durante o encontro, o presidente acusou mais de uma vez a Rede Globo de sensacionalismo ao tratar das queimadas, o que, segundo ele, ajuda os interesses estrangeiros.
Houve críticas à atuação de órgãos fiscalizadores do governo federal durante o encontro. O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, queixou-se de que no ano passado o Ibama multou índios parecis por terem feito uma plantação de soja que havia sido autorizada pela Funai. "Se fosse esse ano a gente resolvia rapidinho", afirmou Bolsonaro.
O governador do Tocantins, Mauro Carlesse, defendeu necessidade de integração dos índios, citando o alto índice de suicídios entre jovens indígenas em seu estado e a pobreza a que estão submetidos. "Se tivessem vivendo uma vida de rei, até concordaria", afirmou, em relação às restrições a investimentos nas áreas indígenas. "Mas estão vivendo precariamente", constatou. O excesso de terras demarcadas impede o desenvolvimento dos estados, segundo queixas de mais de um dos governadores presentes.
O governador do Amapá, Waldez de Góes, entregou ao presidente um plano conjunto dos nove governadores com ações para preservação da região. Bolsonaro afirmou que até a quinta-feira, Onyx e sua equipe iriam entrar em contato com os governadores e seus assessores para recolher sugestões de novas medidas de preservação que poderiam ser enviadas ao Congresso Nacional para serem transformadas em lei.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (10)
Luiz
2019-08-28 14:07:46Deixando a paixão de lado ,a Amazônia necessita ser protegida ,se virar pasto não vale a pena pois existe o risco do sudeste se transformar em semi árido.Tudo isso a troco de Bife, simplesmente e péssimo negócio pra nós brasileiros
MARCOS
2019-08-28 11:49:48Pena que não da para postar aqui a foto da revista VEJA de 2005. o PT vendia madeira as madereiros devastando a floresta , isso niguem fala , CAMBADA DE CANALHAS.
Helane
2019-08-28 09:50:31O Brasil não tem que receber dinheiro de outros países, acaba tendo que abaixar a cabeça para esses tipos de interferência na nossa soberania. No caso de catástrofes como de Mariana tudo bem.
NELSON
2019-08-28 00:28:54Governadores vagabundos sem vergonhas. Pensam só no dinheiro que vão utilizar e nem ligam para o a defesa da soberania nacional na Amazônia. com esses lixos o país nunca irá melhorar.
Roberto
2019-08-27 23:50:08Luxo francês Macron. Está isolado no G7, ficou só com o Canadá. Quem conhece o Macron são os coletes amarelos, em breve os feanceses terão um presudente a Altura e não será EMANUELE MACRON. Um bosta. A Amazônia é brasileira e nao de ONGs estrangeiras. Simples ASSIM . Macron ta merde, en octobre le franc aura un autre président.
Mariângela
2019-08-27 23:35:36No próprio G7 , Macron foi voto vencido na questão da internacionalização da Amazônia. Enquanto ele joga pra plateia, o grupo vai decidindo - com sensatez- a melhor forma de se solidarizar com o Brasil... Ele está falando sozinho, esta é a verdade. Deixem-no pra lá!
José
2019-08-27 20:22:53O bolsonaro está perdido com esses governadores bostas do NORTE E NORDESTE, enquanto não fizer uma limpa sem solução
Ademir
2019-08-27 17:37:38General De Gaule, sabiamente disse que o brazil, terra de samba e carnaval não é e nunca será um pais sério, com esses governantes corruptos, medíocres, nos 3 poderes.
Jose
2019-08-27 17:19:30Vanos ao fatos. A Noruega e a Alemanha suspenderam o apoio ao Fundo Amazônia porque o ficha suja Salles queria tirar dinheiro do fundo para dar para os grileiros de terra que invadem terras públicas, queimam florestas e lideram o crime organizado na região. Esta foi a razão. Os dois países estavam dispostos a fazer qualquer mudança nas prioridades desde que o ficha suja mostrasse evidências de que as coisas não estavam funcionando. Ele nunca apresentou nada! Em resumo: Salles é uma desgraça!
Pedro
2019-08-27 16:56:05O governador do Maranhão devia cuidar pelo menos das estradas do estado. É um incompetente.