Com acordo na PGR, Janones permanece elegível
Ao confessar crime da rachadinha, deputado não vira "ficha suja"

O deputado federal André Janones (foto), do partido Avante, poderá se candidatar nas próximas eleições caso seu acordo de não persecução penal, feito com a Procuradoria-Geral da República (PGR), seja homologado pelo Judiciário.
"Pelo cenário atual, caso a Justiça homologue o acordo de não persecução penal, sim, ele poderia se candidatar", diz o advogado criminalista Rafael Paiva, professor de Direito Penal, Processo Penal e Lei Maria da Penha. "Como não foi condenado, Janones permanece elegível."
A situação de Janones só mudaria se o acordo incluísse um termo impondo a inelegibilidade.
"Alguns especialistas defendem que a inelegibilidade ainda poderia ser imposta no futuro pelo Ministério Público. Entretanto, o entendimento que vigora é de que esse tipo de imposição seria desproporcional e não poderia ser exigido do acusado", diz Paiva.
Janones conseguiu o acordo porque o crime da rachadinha preencheu alguns requisitos legais, como não incluir violência ou grave ameaça e o acusado ter confessado o delito. "Vale lembrar que o Poder Judiciário é quem deverá analisar a legalidade do acordo, podendo ou não homologá-lo", diz Paiva.
Livre e espontânea vontade
Em um vídeo divulgado nesta terça, 18, Janones aparece admitindo a prática da rachadinha.
Na gravação, o responsável da PGR por formalizar o acordo diz o seguinte: “Deputado André Janones, só para dizer para o senhor que esse acordo de não persecução penal implica por parte do senhor, o reconhecimento dos fatos que estão descritos aqui no acordo. E eu gostaria só de confirmar com o senhor que o senhor aderiu voluntariamente a esse acordo, teve a oportunidade de nesse acordo participar, em participação com a defesa técnica do senhor…”
Janones, então, respondeu:
“Tive participação, através da minha defesa técnica, na elaboração do acordo e estou celebrando mesmo de livre, espontânea vontade, sem nenhum tipo de pressão, coação, enfim, tudo é conforme dita o ordenamento jurídico.”
Assista ao Papo Antagonista:
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