Kremlin faz coro com Trump ao atacar Zelensky
Porta-voz da Rússia, Dmitry Peskov, disse que o presidente ucraniano não quer a paz, mas a guerra
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O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, repetiu a narrativa do presidente americano Donald Trump nesta segunda, 3, ao dizer que Kiev, capital da Ucrânia, não está pronta para participar de negociações pelo fim da guerra.
"O regime de Kiev e (o presidente Volodymyr) Zelensky não querem a paz. Eles querem que a guerra continue. Então, nessa situação, é claro, apenas os esforços de Washington e a prontidão de Moscou obviamente não serão suficientes", disse o porta-voz, ao responder uma pergunta da agência oficial Tass.
"O regime de Kiev se recusa a resolver o conflito por meio de negociações", afirmou Peskov.
Correção: As declarações de Peskov foram dadas antes do encontro entre Zelensky e Trump na Casa Branca. A Tass, contudo, adiou a publicação, para parecer que foram dadas após a reunião em Washington.
Trump e Zelensky
Após uma tumultuada reunião no Salão Oval da Casa Branca na sexta-feira, 28, o presidente Trump publicou uma nota nas redes sociais dizendo que Zelensky não estava "pronto para a paz".
É o mesmo discurso do ditador Vladimir Putin.
“É incrível o que acontece quando há emoção (sobre a reunião), e eu determinei que o presidente Zelenskyy não está pronto para a paz se a América estiver envolvida, porque ele sente que nosso envolvimento lhe dá uma grande vantagem nas negociações. Eu não quero vantagem, eu quero paz. Ele desrespeitou os Estados Unidos da América em seu estimado Salão Oval. Ele pode voltar quando estiver pronto para a paz”, afirmou Trump.
"Isso era inimaginável antes"
No domingo, 2, Peskov foi mais explícito ao falar sobre o alinhamento entre a Rússia e os Estados Unidos, sob o governo de Donald Trump.
"O novo governo (dos Estados Unidos) está mudando rapidamente todas as configurações de política externa. Isso coincide amplamente com nossa visão", disse Peskov.
"Além disso, estamos votando por uma resolução da Assembleia Geral da ONU que contém uma formulação absolutamente equilibrada sobre a crise ucraniana. Isso era inimaginável antes", afirmou o porta-voz.
A agência Tass destacou no domingo que "a Assembleia Geral da ONU votou um projeto de resolução sobre o conflito na Ucrânia. Dezoito países, incluindo a Rússia e os Estados Unidos, votaram contra o projeto de resolução anti-Rússia preparado pelos países europeus e pela Ucrânia. Na votação subsequente no Conselho de Segurança da ONU, uma resolução neutra preparada pelos EUA foi adotada com o apoio dos Estados Unidos e da Rússia".
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