Putin e Kim Jong-Un selam aliança "à la Otan"
Agora, caso as potências ocidentais pensem em atacar uma potência nuclear como a Coreia do Norte, terá de se preocupar com uma resposta nuclear também da Rússia — e vice-versa. O acordo de assistência mútua, assinado por Vladimir Putin e por Kim Jong-Un nesta terça-feira, 19, ressuscita uma parceria da Guerra Fria e coloca ainda...
Agora, caso as potências ocidentais pensem em atacar uma potência nuclear como a Coreia do Norte, terá de se preocupar com uma resposta nuclear também da Rússia — e vice-versa. O acordo de assistência mútua, assinado por Vladimir Putin e por Kim Jong-Un nesta terça-feira, 19, ressuscita uma parceria da Guerra Fria e coloca ainda mais pressão em ações da Otan na Ucrânia, alvo da invasão russa desde 2022.
A primeira visita do ditador russo à Coreia do Norte, em quase 25 anos de governo, veio como retribuição à visita de Kim Jong-Un ao território russo, no ano passado. Desde então, os países selaram uma aliança estratégica para contornar as sanções que Estados Unidos e Europa aplicam a ambos.
A Rússia vende parte do seu combustível para Pyongyang, que está proibida de receber petróleo bruto. A Coreia do Norte envia armamentos para a máquina de guerra russa no front ucraniano.
Ambos os ditadores tiver uma reunião privada e, depois, um encontro ampliado com ministros. Kim Jong-Un, a terceira geração da única ditadura socialista hereditária do planeta, chamou Putin de "verdadeiro amigo"; o autocrata russo, no poder desde 1999, agradeceu o empenho de Pyongyang em dar "apoio consistente e constante" na política externa russa, incluindo a Ucrânia.
E é sobre a guerra na Europa que ecoa mais forte o "Tratado Abrangente de Parceria Estratégica", como foi chamado o documento. Com o mesmo espírito da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que prevê assistência de todo bloco a um atacado, a Rússia garantiu que um ataque a seu território por nações europeias poderá ser repelido não apenas com suas armas e soldados, mas com a nação mais militarizada do planeta. Isso inclui na equação os mísseis nucleares intercontinentais, capazes de alcançar a costa oeste dos Estados Unidos.
Sorte maior parece ter tido o governo da Coreia do Norte, que não chega a ter 1 % do tamanho do território russo— mas agora poderá contar com um dos maiores arsenais militares em casos críticos, incluindo mais bombas nucleares e uma frota de submarinos capazes de alcançar o mundo todo.
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