A chance de uma guerra entre Irã e Paquistão
O Irã, comandado pelo aiatolá Ali Khamenei (foto), atacou alvos no Paquistão na terça, 16. A ação destoa do método de ação do Irã, que normalmente prefere usar grupos terceirizados como o Hezbollah, o Hamas ou os Houthis para atingir inimigos. Nesta quinta, 18, o Paquistão revidou com um ataque usando três drones. Em nenhum...
O Irã, comandado pelo aiatolá Ali Khamenei (foto), atacou alvos no Paquistão na terça, 16. A ação destoa do método de ação do Irã, que normalmente prefere usar grupos terceirizados como o Hezbollah, o Hamas ou os Houthis para atingir inimigos. Nesta quinta, 18, o Paquistão revidou com um ataque usando três drones.
Em nenhum dos casos, um país consultou ou avisou o outro antes de realizar as ações militares.
O estranhamento entre esses dois países aumentou e levantou temores de que possa ter início uma guerra maior entre os dois vizinhos, que compartilham uma fronteira de 900 quilômetros.
Os dois países estão em lados opostos na geopolítica e na religião. O Paquistão conta com apoio dos Estados Unidos e é de maioria sunita. O Irã, rival dos americanos, é de maioria xiita.
Qual é a chance de uma guerra entre Paquistão e Irã?
Apesar dos ataques desta semana, a chance de um conflito militar em grande escala é pequena.
Isso porque os dois países estão mirando principalmente grupos separatistas do Balochistão, uma região com características históricas e culturais semelhantes que inclui partes do Irã, do Paquistão e do Afeganistão.
Há, portanto, um inimigo em comum.
O Paquistão afirmou que seus alvos eram o Exército de Liberação do Balochistão e a Frente de Libertação do Balochistão. O Irã alegou que atingiu prédios do grupo terrorista Jaish al Adl. Todos lutam pela independência do Balochistão.
Em seus comunicados oficiais, ambos países trataram de usar uma linguagem tentando reduzir o escopo de suas ações, como ataques "precisos" e "altamente coordenados" contra "alvos específicos".
O Irã também tem muito claro para para que só teria a perder ao iniciar uma guerra com o Paquistão neste momento. Primeiro, porque os paquistaneses, eternos rivais da Índia, têm bombas nucleares. Segundo, porque qualquer conflito maior poderia levar à queda da teocracia xiita em Teerã. É isso os que os líderes religiosos xiitas mais temem.
O motivo que teria levado os iranianos a atacar o Paquistão e iniciado essa escalada militar não tem relação com a guerra entre Israel e o Hamas. Tampouco vem do desejo de incomodar os americanos.
O objetivo foi o de causar danos aos "inimigos do Irã". Tratou-se de uma resposta ao duplo atentado suicida que ocorreu no dia 3 de janeiro em um cemitério de Kerman, onde uma cerimônia lembrava o assassinato do general Qassem Soleimani. O Estado Islâmico assumiu a autoria dos atentados. Segundo as autoridades iranianas, 103 pessoas morreram.
Além de atacar o Paquistão, o Irã também disparou mísseis contra o Irã e a Síria, alegando a mesma intenção: eliminar grupos anti-Irã.
Ao deflagrar essas operações militares, o Irã portanto pretendia dar uma resposta aos ataques terroristas em Kerman.
O que os iranianos não calcularam é que o Paquistão devolveria na mesma medida.
Mesmo assim, os aiatolás sabem muito bem que não teriam nada a ganhar ao comprar briga com o vizinho.
Leia mais em Crusoé: Por que o Estado Islâmico odeia o Irã
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Comentários (1)
Odete6
2024-01-19 19:36:23Pôxa...... todo mundo morre..... porque será que esses caras não morrem?.....