Irã anuncia prisão de suspeitos de atentado terrorista
O ministro do Interior do Irã, Ahmad Vahidi, afirmou nesta sexta, 5, que o país prendeu alguns suspeitos do atentado terrorista duplo que deixou 89 pessoas mortas na cidade de Kerman. Na quarta-feira, dois homens-bomba se explodiram em um cemitério nesse município, onde ocorria um evento para lembrar da morte de Qassem Soleimani, o general...
O ministro do Interior do Irã, Ahmad Vahidi, afirmou nesta sexta, 5, que o país prendeu alguns suspeitos do atentado terrorista duplo que deixou 89 pessoas mortas na cidade de Kerman.
Na quarta-feira, dois homens-bomba se explodiram em um cemitério nesse município, onde ocorria um evento para lembrar da morte de Qassem Soleimani, o general da Guarda Revolucionária do Irã.
O Estado Islâmico reivindicou autoria dos ataques.
Sunitas contra xiitas
A rivalidade entre o Estado Islâmico (antes, Estado Islâmico do Iraque e do Levante) e o Irã existe há dez anos, e a escolha de um evento para marcar a morte de Qassem Soleimani para realizar um duplo atentado não é sem motivo.
Soleimani foi quem organizou e comandou as milícias xiitas que ajudaram a derrotar o Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Ele conseguiu juntar 60 mil homens treinados armados, que formaram as Forças de Mobilização Popular e retomaram os territórios invadidos pelo EI. Em 2017, o EI foi expulso do Iraque. Dois anos depois, foi definitivamente derrotado na Síria.
Apesar de ter perdido todo território que tinha conquistado, o que inviabilizou a ideia de um califado, o Estado Islâmico seguiu como grupo terrorista, atuando em vários países do mundo.
Entre eles, estava o Irã, que foi um dos seus principais algozes. Por isso, o Irã tem sido alvo de vários atentados do Estado Islâmico. Em outubro de 2022, um homem atirou com um rifle contra fiéis religiosos em uma mesquita em Shiraz, matando 13 pessoas. Outros ataques ocorreram no mesmo local, considerado sagrado pelos xiitas, em 2023.
Além do desejo de se vingar pela derrota no Iraque, há uma questão religiosa importante.
O Estado Islâmico segue a corrente sunita do islamismo, que vê os xiitas como hereges ou infiéis. Um dos seus principais líderes, o jordaniano Abu Musab Zarqawi, pregava principalmente o ódio aos xiitas.
Por isso, o grupo já realizou múltiplos ataques contra xiitas em vários países, como Afeganistão, Líbano, Kuwait, Paquistão, Arábia Saudita, Síria e Iêmen, além de Irã e Iraque.
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Comentários (1)
Marcia Elizabeth Brunetti
2024-01-06 19:17:48Esses países são um verdadeiro inferno. Vivem de brigas "religiosas" maltratando sua população e sem nenhuma esperança de abrirem mão de seus ideais absurdos, ou seja, a guerra parece eterna.