Flávio Dino, um adversário fora do caminho
Flávio Dino foi encaminhado por Lula para o Supremo Tribunal Federal (STF), após sua aprovação no Senado, como um aliado "comunista", para os aplausos de sua base e a irritação da oposição ao seu governo. Quando o nome do ministro da Justiça surgiu entre os cotados para assumir a cadeira de Rosa Weber no Tribunal,...
Flávio Dino foi encaminhado por Lula para o Supremo Tribunal Federal (STF), após sua aprovação no Senado, como um aliado "comunista", para os aplausos de sua base e a irritação da oposição ao seu governo. Quando o nome do ministro da Justiça surgiu entre os cotados para assumir a cadeira de Rosa Weber no Tribunal, contudo, o contexto era outro, de adversário.
Os rumores em meados de agosto davam conta de que uma ala do PT encarava a indicação de Dino ao Supremo como a melhor forma de se livrar de um adversário de fora do partido na sucessão de Lula. Como de costume, o PT não pretende sair nunca mais do Palácio do Planalto, e Dino seria o adversário mais forte para a suceder o presidente, como mostrou sua atuação no governo.
O ministro da Justiça rivalizou com o próprio presidente da República por atenção desde antes mesmo de o governo começar, quando Brasília ainda estava agitada pelos insatisfeitos com o resultado eleitoral. Em dezembro de 2022, Dino convocou uma entrevista coletiva como se já estivesse no cargo, para comentar atos de vandalismo na capital federal.
Já empossado ministro, comentou o resultado das eleições primária da Argentina, a falta de energia em São Paulo e qualquer outro assunto que tivesse chamado muita atenção no país. O comportamento lhe valeu até uma reportagem intitulada Flávio Dino, um ministro do barulho em Crusoé.
A disposição também foi mostrada em constantes embates com a oposição no Congresso Nacional. Durante um deles, Dino se definiu como Vingador, em alusão aos heróis de histórias em quadrinhos e do cinema. Aliada à inteligência e à velocidade de raciocínio, essa energia o transformou num tormento maior para os petistas do que para os oposicionistas.
A solução foi encaminhá-lo para um lugar confortável, longe do gabinete presidencial do Palácio do Planalto — e ainda há, entre os petistas, quem tema que Dino possa deixar o STF um dia com a intenção de se eleger presidente.
Se fosse para eleger um esquerdista, um aliado das pautas petistas, outras opções cogitadas para o STF, com o advogado-geral da União, Jorge Messias, ou o advogado Marco Aurélio de Carvalho, do Prerrogativas, teriam se encaixado muito melhor.
Dino é muito mais que um potencial aliado de Lula no STF. É um adversário de esquerda que o PT consideram ter tirado do caminho.
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Comentários (1)
Sergio
2023-12-31 11:10:26Comunista de araque. Com aquela pança toda em um país de miseráveis. Por que não distribui a fortuna da família entre os pobres do Maranhão e o salário de CEO pago pelo STF (pra toda vida) aos necessitados? Hipócrita.