48h após tomar posse, Milei pede que China interceda em seus swaps
O presidente Javier Milei (foto) acionou o presidente chinês, Xi Jinping, para que Pequim interceda em operações de swap cambial com Buenos Aires, garantindo que o país latino-americano tenha como pagar suas parcelas com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A carta veio um dia depois de Milei e sua chanceler, Diana Mondino, se encontrarem com...
O presidente Javier Milei (foto) acionou o presidente chinês, Xi Jinping, para que Pequim interceda em operações de swap cambial com Buenos Aires, garantindo que o país latino-americano tenha como pagar suas parcelas com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A carta veio um dia depois de Milei e sua chanceler, Diana Mondino, se encontrarem com a delegação chinesa, encabeçada pelo vice-presidente do Congresso chinês, Wu Weihua.
O pedido também mostra uma reviravolta pragmática do libertário, que passou a campanha ameaçando cortar as relações com países que considera "comunistas", entre eles a China.
No pedido, segundo fontes indicaram ao jornal La Nación, estaria o pedido para que Xi Jinping ajude com a operação para viabilizar pagamentos iminentes ao FMI, que é um dos principais credores da histórica dívida de Buenos Aires.
Quando o país possui uma dívida indexada à variação do dólar comercial (como é o caso), o Banco Central pode trocar o indexador dessa dívida sem se desfazer do ativo financeiro — o chamado swap cambial.
Nesse tipo de contrato, o BC se compromete a pagar ao detentor do swap a variação do dólar, acrescida de uma taxa de juros (chamada de "cupom") e a receber a variação da taxa de juros doméstica acumulada no mesmo período. Este tipo de negociação permite proteção ao governo argentino caso o dólar aumente de maneira instável, ao mesmo tempo em que força a pagar os valores de juros e recomposição aos cofres de Pequim.
Vale lembrar que, com a reputação de má pagadora no mercado internacional, a economia argentina teve de apelar à China para compor suas reservas. Se em 2014 Buenos Aires tinha 7% de suas reservas em yuan, em 2021 esse volume passou de 51%. Hoje, Pequim é o maior parceiro comercial da Argentina— um vespeiro que Milei indica que não deve mexer tão cedo.
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