Greve na USP: disk-piquete, cadeiraço e politicagem
A greve na Universidade de São Paulo, USP, já dura mais de uma semana. Iniciada por alunos que pedem a contratação de professores, o movimento tem sofrido a resistência de estudantes que querem ter aulas, de professores e de diretores de faculdades. O motivo alegado para a paralisação não se sustenta. Os grevistas afirmam que...
A greve na Universidade de São Paulo, USP, já dura mais de uma semana. Iniciada por alunos que pedem a contratação de professores, o movimento tem sofrido a resistência de estudantes que querem ter aulas, de professores e de diretores de faculdades.
O motivo alegado para a paralisação não se sustenta. Os grevistas afirmam que é preciso pressionar para que a diretoria contrate novos professores. Em dez anos, a universidade perdeu cerca de 900 professores, por aposentadoria ou morte. Porém, foram abertas 879 vagas desde 2022. Mas a reposição demora, como todo processo burocrático. Para preencher essas vagas, é preciso seguir os editais, que devem durar até 2025. "É uma situação esquizofrênica, porque esses estudantes estão pedindo contratações de professores, mas esse processo já está em curso", diz Lucas Tulha, formado em engenharia elétrica na Escola Politécnica, conselheiro do movimento USP Liberal e membro da União da Juventude e Liberdade, UJL.
No final de setembro, o diretor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, FFLCH, Paulo Martins, ordenou que os prédios fossem trancados para impedir vandalismo. Filiado ao PT, ele foi pessoalmente explicar aos estudantes que as contratações estavam em andamento. Foi recebido aos gritos de "fascista" e "a FFLCH não precisa de você".
Como muitos estudantes e professores preferem seguir com as aulas, os grevistas criaram um disk-piquete (foto). Eles orientavam as pessoas a acionar uma conta ou enviar mensagens caso alguém estivesse tendo aula. Nas redes sociais, circulou uma ameaça com uma imagem de um gato segurando um taco de beisebol (foto). Uma aula de Janaina Paschoal, ex-deputada estadual e coautora do processo que levou ao impeachment de Dilma Rousseff, foi interrompida com o uso do disk-piquete. A conta do disk-piquete foi apagada recentemente.
Em algumas salas, os arruaceiros empilham cadeiras nas portas para impedir que alunos e professores entrem. É o que se chama de "cadeiraço". Atos de destruição de patrimônio publico têm sido frequentes. No final de setembro, alunos da Escola de Comunicações e Artes derrubaram uma grade que ficava entre os prédios e tinha sido instalada em 2017 para aumentar a segurança no local.
Quem comanda a greve na USP é o Diretório Central dos Estudantes, DCE, que reúne alunos de todas as unidades. No ano passado, a chapa vencedora foi a "É tudo para ontem", composta pelos movimentos Correnteza, Juntos!, União da Juventude Comunista (UJC) e Ecoar. A UJC é um braço do Partido Comunista Brasileiro, o PCB.
Ao comandar a greve na USP, esses partidos e movimentos buscam arranhar a imagem de bom gestor do governador do estado de São Paulo Tarcísio de Freitas. Para o PCB, o governador não passa de um "ultraliberal da burguesia" e "privatista". Como Tarcísio deve apoiar o prefeito Ricardo Nunes na tentativa de reeleição, há ainda o intento de criar o caso para favorecer o candidato de oposição Guilherme Boulos, do Psol. Com a greve, esses grupos atacam seu rival político e advogam em causa própria, mesmo que para isso prejudiquem estudantes, professores, candidatos a vagas e diretores de faculdades.
"Estas greves em São Paulo são na verdade uma clara antecipação de uma disputa eleitoral. O foco é a disputa pela Prefeitura de São Paulo com Ricardo Nunes, com Tarcísio de um lado e Guilherme Boulos e setores da esquerda de outro", diz Márcio Coimbra, diretor do Instituto Monitor da Democracia. "Estamos em um cenário em que os sindicatos são controlados por uma esquerda que não deseja diálogo, porém tem sede de tumulto e confronto — tudo isso para gerar desgaste mirando as eleições do ano que vem."
https://twitter.com/o_antagonista/status/1709196802921025890?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1709196802921025890%7Ctwgr%5Ef47af9033a1b87cff2c47e70ba95ede27b63152e%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Foantagonista.com.br%2Fbrasil%2Fgrevistas-do-metro-de-sp-miram-herdeiro-do-bolsonarismo%2F
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Comentários (10)
Alessandro
2023-10-04 13:23:20Tem coisas que só a Glock faz pra você…
CARLOS HENRIQUE SCHNEIDER
2023-10-04 10:22:11Barbaridade!!! Se o futuro é este, pobre do Brasil.
Maria
2023-10-03 23:24:29O governo (?) lula começou mostrando o que sempre mais gostou de fazer, roubar e bagunçar tudo no País. Povo brasileiro, continuem fazenduele!!!!
Renata
2023-10-03 21:32:32Diretor da Fefeleche sendo chamado de fascista, haha! É cada uma… a gente morre e não vê tudo.
ANDRÉ MIGUEL FEGYVERES
2023-10-03 18:21:54Greve política, claramente orquestrada por petistas e seus aliados. Basta ver as notas dos estudantes arruaceiros e saberemos quem são eles.
Odete6
2023-10-03 14:46:35Isso é mais uma das muitas drogas resultantes da ""obra"" da petralhaladralha asquerosa, que deseducou e deseduca os jovens nas faculdades, desde que começou a ""adestrar"" selvagens ignorantes e boçais ao invés de formar BRASILEIROS HONRADOS, DECENTES E PREPARADOS!!!!
Jose Nilton Sant Anna Machado
2023-10-03 14:19:13Fefeleche sendo fefeleche.
Marcia Elizabeth Brunetti
2023-10-03 14:01:04Que bom. A USP provando do seu próprio veneno. Continuem fazendo a cabecinha dos estudantes para serem de esquerda. Desejaria ver o fim das Universidades Públicas. São cabides de empregos e mordomias para professores e formador de analfabetos funcionais, especialmente nos cursos de Ciências Sociais. Por que o Governo não dá bolsas para bons alunos, e carentes, estudarem em universidades particulares, com estrutura, apoio, organização e sem ideologias políticas?
Sônia Adonis Fioravanti
2023-10-03 13:37:36Faltam professores .VÁRIOS CHEFES DE CADEIRA RELATARAM .O 💰💰ESTÁ SENDO DESVIADO PARA POLTICOS .EDUCAÇÃO E SAÚDE SÃO PRIORIDADES .BASTA DE 🐀🐀
MARCOS ANTONIO RAINHO GOMES DA COSTA
2023-10-03 13:05:03ESSES GREVISTAS ARRUACEIROS NÃO SÃO ESTUDANTES, SÃO TERRORISTAS E COMO TAIS TEM QUE SER TRATADOS NA BASE DO TIRO, PORRADA E BOMBA NELES.