Em ação por indenização de vítimas da Covid, AGU rebate MPF e fala em ‘fake news’
Responsável pela defesa dos interesses do governo federal, a Advocacia-Geral da União rebateu dados apresentados na ação em que o Ministério Público Federal pede indenização para famílias de mortos pela Covid-19 e para vítimas da doença. Na manifestação, a AGU pediu ao órgão cuidado para evitar “alarmismos desnecessários e propagação de fake news”. O órgão...
Responsável pela defesa dos interesses do governo federal, a Advocacia-Geral da União rebateu dados apresentados na ação em que o Ministério Público Federal pede indenização para famílias de mortos pela Covid-19 e para vítimas da doença.
Na manifestação, a AGU pediu ao órgão cuidado para evitar “alarmismos desnecessários e propagação de fake news”.
O órgão quer ainda que a Justiça Federal do Distrito Federal rejeite um pedido liminar do MPF para que o Ministério da Saúde, chefiado por Marcelo Queiroga, desenvolva em dois meses um sistema para o mapeamento de pacientes que enfrentam sequelas provocadas pela Covid-19.
Os procuradores haviam argumentado à Justiça que estudos indicam que cerca de 80% dos pacientes internados em decorrência do coronavírus desenvolvem a chamada “Covid longa” -- ou seja, passam a sofrer com problemas que duram de meses a anos, como a perda do olfato e do paladar e crises cardíacas ou neurológicas, sem que os quadros possam ser explicados por outros diagnósticos.
A AGU, porém, afirma que as informações foram retiradas de um estudo realizado na Itália, entre abril e maio de 2020, e argumentou que, por ser restrito a um período específico e a um outro país, o compilado de dados não pode ser usado para orientar um plano de políticas públicas no Brasil. O órgão comandado por Bruno Bianco acrescentou que, segundo a Organização Mundial da Saúde, a “Covid longa”, na verdade, pode afetar entre 10 e 20% dos pacientes.
Para a AGU, a divergência entre dados demonstra “a falta de rigor científico” na elaboração da ação civil pública movida pelo MPF. “É preciso ter bastante cuidado com o processo de curadoria dos dados referenciados em uma ACP (ação civil pública) que nitidamente pretende desenhar uma política pública, de modo a evitar alarmismos desnecessários e propagação de fake news”, completou.
A AGU acrescentou que as causas da “Covid longa” ainda são desconhecidas e, assim, seria impossível desenvolver um protocolo clínico para atender os pacientes acometidos pelo quadro.
“É preciso compreender que o tempo da ciência não é o tempo da marcha processual, não sendo possível submetê-la (ou atropelá-la) por mera vontade de uma das partes de um processo judicial.”
Esse debate faz parte apenas da análise da liminar pedida nos autos. No mérito, o MPF quer que a Justiça Federal condene a União a pagar indenizações de 100 mil reais a cada uma das famílias de mortos pelo coronavírus e de 50 mil reais para os sobreviventes da doença que apresentam sequelas graves e persistentes. A conta chegaria, ao todo, a 62 bilhões de reais.
Os procuradores pedem, ainda, que a União arque com uma indenização de pelo menos 1 bilhão de reais por dano moral coletivo. O MPF propôs que o dinheiro seja aplicado no Fundo Federal dos Direitos Difusos, para o custeio de ações, programas ou projetos de desenvolvimento científico destinados ao fomento de pesquisas e tecnologias voltadas a doenças causadas por vírus.
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Comentários (6)
Charles Rutman
2022-01-25 10:32:19O problema daquele cara estranho de cabelo pintado, de voz fina e rouca, da advocacia geral da União (AGU) o tal de Bruno Bianco, é que trata-se de uma incompetência intelectual e física.
William
2022-01-24 14:15:33Quer indenização, vai cobrar de quem fabricou o vírus. Isso é uma pandemia mundial então para com conversinha só pra derrubar o presidente. HIPÓCRITAS.
Paulo I
2022-01-24 12:05:01A indenização dos efeitos persistentes - a covid longa, - deveria ser cobrada dos laboratórios produtores que são os verdadeiros responsáveis, ainda que queiram se escusar e jogar a culpa para o governo.
Hierania
2022-01-24 10:33:44O MPF está certíssimo. Falta saneamento básico no nosso País. Os pais de crianças com microcefalia, também, deveriam ser indenizados, pois as suas crianças foram vítimas do vírus zika.
Maria
2022-01-24 09:40:40MORO PRESIDENTE 2022! 🇧🇷🇧🇷🇧🇷
KEDMA
2022-01-24 08:03:35A AGU como sempre não quer dar crédito à Ciência.