Economia admite aumento e diz ter sofrido 'pressões' para elevar o fundão eleitoral

O Ministério da Economia admitiu nesta terça-feira, 31, que elevou o valor do fundão eleitoral para 2022 em comparação com a proposta entregue no projeto de Lei Orçamentária Anual de 2020.

O valor proposto pelo governo Bolsonaro para o ano que vem, de 2,1 bilhões de reais, destoa dos 765 milhões que foram apresentados pelo Planalto na elaboração do Orçamento de 2020 – posteriormente, o Congresso elevou o valor para 2 bilhões de reais durante a votação do projeto.

Em valores corrigidos pela inflação, a proposta feita pelo Executivo em 2020 equivaleria a 834 milhões de reais em cifras atuais. O TSE, por sua vez, afirmou na semana passada que o valor mínimo para 2022 deveria ser de 811 milhões de reais.

Segundo Ariosto Culau, secretário do Orçamento Federal do Ministério da Economia, houve "pressões diversas" pela majoração do fundão, incluindo uma emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias, inserida pelo Congresso em julho, que poderia elevar a verba para campanhas a quase 6 bilhões de reais, mas foi vetada por Jair Bolsonaro.

"Em 2020 esse acréscimo (para 2 bilhões) foi feito no Congresso. Estamos sendo compatíveis com esse valor previsto na Lei Orçamentária de 2020. Foi uma decisão alocativa de manter nesse nível. Existiam pressões das mais diversas: existia uma emenda na LDO que levava esse valor para 5,9 bilhões de reais, existia uma demanda do Congresso de que esse valor fosse de ao menos 4 bilhões de reais", justificou Culau.

Após a proposta do Planalto, líderes no Centrão já começaram a articular um novo aumento do Fundão no Congresso. Dos 2 bilhões estabelecidos pelo Executivo, parlamentares da base aliada querem chegar a uma cifra pelo menos próxima dos 4 bilhões que foram inicialmente solicitados a Bolsonaro.