Segunda Turma do STF tem pauta recheada de polêmicas nesta terça
Responsável por decisões controversas em casos relacionados a nomes graúdos da política nacional, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal tem a previsão de uma sessão recheada de polêmicas nesta terça-feira, 31. A pauta conta com pelo menos três processos de destaque, que tratam de temas diversos, da prisão de um dos principais doleiros do...
Responsável por decisões controversas em casos relacionados a nomes graúdos da política nacional, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal tem a previsão de uma sessão recheada de polêmicas nesta terça-feira, 31.
A pauta conta com pelo menos três processos de destaque, que tratam de temas diversos, da prisão de um dos principais doleiros do país ao debate sobre o foro privilegiado de um dos filhos do presidente da República. Todos são relatados pelo ministro Gilmar Mendes (foto).
Os julgamentos acontecem em um momento em que o colegiado é formado, em maioria, por ministros de perfil garantista -- Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Kassio Marques --, com Edson Fachin isolado. Além disso, graças à transferência de Cármen Lúcia para a Primeira Turma, a Segunda Turma segue desfalcada enquanto o Senado não aprova a indicação de Jair Bolsonaro à corte.
A sessão tende a começar com o julgamento de um recurso em que o Ministério Público do Estado do Rio contesta a decisão que garantiu a Flávio Bolsonaro o direito ao foro privilegiado no caso do “rachid”, estabelecendo que o processamento da denúncia contra o 01 ocorra no Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio, onde as ações penais demoram mais a tramitar.
O MP-RJ entende que o processo deve voltar a correr na primeira instância -- mais especificamente, na 27ª Vara Criminal, comandada pelo juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, desafeto de Flávio e acusado pelo senador de atuar com parcialidade.
O argumento é o de que a jurisprudência da corte indica que o foro privilegiado vale somente em casos ocorridos durante o mandato e em função do cargo. Como os supostos crimes investigados ocorreram enquanto Flávio era deputado estadual e, não, senador da República como hoje, os promotores avaliam que ele não pode dispor do privilégio.
Não há, porém, certeza quanto ao julgamento do caso nesta terça-feira. Isso porque o advogado Rodrigo Roca, responsável pela defesa de Flávio, argumentou que "está impossibilitado de comparecer" e pediu que o debate seja reagendado para a próxima sessão do colegiado, prevista para acontecer em 14 de setembro.
Além de Flávio, Aécio Neves pode ser pauta na Segunda Turma. O colegiado vai julgar um recurso apresentado pela Procuradoria-Geral da República em um inquérito que mira o tucano pelos supostos repasses irregulares da Odebrecht para a sua campanha à presidência da República, em 2014.
Há dois anos, Gilmar Mendes determinou o envio do inquérito à Justiça Eleitoral em Belo Horizonte sob o entendimento de que os fatos investigados dizem respeito ao crime de falsidade ideológica eleitoral, conhecido como caixa 2. A PGR, em outra ponta, insiste para que o processo seja remetido à Justiça Federal, pois suspeita da prática dos crimes de corrupção passiva e ativa e de lavagem de dinheiro.
A sessão tende a contar também com a deliberação sobre o restabelecimento da prisão do libanês naturalizado brasileiro Chaaya Moghrabi, considerado um dos maiores doleiros do país. De acordo com a Procuradoria-Geral da República, Chaaya integrou um grupo que, entre março de 2013 e fevereiro de 2014, realizou ao menos oito operações financeiras consideradas suspeitas no valor de 1.032,807 de dólares.
O doleiro teve a prisão preventiva substituída por medidas cautelares por Gilmar em março de 2019. À época, o ministro ordenou o pagamento de fiança no valor de 5 milhões de reais e o proibiu de se ausentar do país, obrigando-o a entregar seus passaportes às autoridades.
Em abril do mesmo ano, Chaaya foi detido pela polícia do Uruguai no Aeroporto Internacional de Carrasco, em Montevidéu, considerado foragido. Gilmar Mendes, porém, voltou a livrar o doleiro da prisão, avaliando que não houve descumprimento das medidas cautelares, porque o valor da fiança ainda estava em discussão.
Depois disso, Gilmar ainda suspendeu um mandado de prisão contra Chaaya em uma terceira ocasião, quando ele foi acusado de cometer o crime de obstrução de justiça por demorar a abrir a porta de casa ao ser alvo de um mandado de busca e apreensão, além de se recusar a entregar o telefone celular.
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Comentários (10)
José Oscar de Almeida Marques
2021-08-31 21:15:28O que significa 1.032,807 de dólares??
Ayrton
2021-08-31 17:23:55Que pena para o povo Brasileiro ,que a cada dia vê pessoas de delapidaram o erário público é uma a uma são perdoadas pelos julgadores da Suprema Corte .
Maria
2021-08-31 14:59:13São Gilmar!……muito bonzinho…..
Adriano
2021-08-31 13:16:56hein?? quantos dólares do doleiro???
Lenora
2021-08-31 12:17:02Brasil sil sil sil . Só rico.....Só rico....Só rico...povo pagando togado alimentado com lagosta pra livrar doleiro
Antônio
2021-08-31 11:37:12O Brasil estaria bem melhor se alguns ministros tivessem espelhos em casa.
Eduardo
2021-08-31 11:18:58Ao atribuir as decisões dos semi deuses da 2ªturma do STF como "garantismo", a imprensa- talvez por temor- evita cair sobre a sua cabeça a vendeta desses "deuses" muito temidos (parece o perfil de todos os deuses do universo utilizando-se do artifício de coonestar essa novidade. Criativo, né?
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2021-08-31 10:46:11Prezados, Conforme item 6.1 da cláusula VI do contrato de assinatura, solicito o cancelamento de minha assinatura da revista Crusoé. "VI. CLÁUSULA SEXTA – DO CANCELAMENTO 6.1. o cancelamento da Assinatura poderá ser solicitado a qualquer tempo pelo ASSINANTE, mediante envio de e-mail para: [email protected]"
Inês
2021-08-31 10:28:29A questão é o processo tem nome na capa, não é ser bolsonarista ou lulista, a justiça beira a impunidade, mas o poder emana do povo, unidos somos fortes, vamos dizer não a injustiça, em sete de setembro, chega de pagar impostos para manter uma casta no poder, o judiciário mais caro do mundo e um legislativo que legisla em causa própria, tendo como ingredientes o oportunismo e o patrimonialismo. Somos brasileiros não podemos ficar omissos nesse momento crucial do nosso país
Noé
2021-08-31 10:28:00vai esperar o que de um ser abjeto deste nipe. este é o problema do Brasil com certeza. se chama STF...o supremo do supremo. tem que mudar a concepção deste tribunal. colocar os pingos nos os.