Coronel ligado a caso Davati vai ao STF pelo direito ao silêncio na CPI
A defesa de Hélcio Bruno de Almeida moveu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal para assegurar ao coronel da reserva do Exército o direito de permanecer em silêncio durante depoimento à CPI da Covid agendado para a próxima terça-feira, 10. Os advogados ainda requisitaram "amplo acesso aos elementos de prova produzidos" e que a corte...
A defesa de Hélcio Bruno de Almeida moveu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal para assegurar ao coronel da reserva do Exército o direito de permanecer em silêncio durante depoimento à CPI da Covid agendado para a próxima terça-feira, 10. Os advogados ainda requisitaram "amplo acesso aos elementos de prova produzidos" e que a corte permita que ele deixe a sessão quando entender conveniente.
Além de militar, Hélcio é presidente do Instituto Força Brasil, entidade bolsonarista que diz se propor "a fazer frente à hegemonia da esquerda como participante do poder".
A convocação do coronel foi proposta pelo vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues, após representantes comerciais da Davati Medical Supply declararem ao colegiado que foi Hélcio quem viabilizou uma reunião entre eles e nomes graúdos do Ministério da Saúde, como o ex-secretário executivo Elcio Franco.
No encontro, realizado em 12 de março deste ano, a empresa formalizou a proposta de fornecimento de 400 milhões de doses inexistentes da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca. Participou da reunião, ainda, o fundador da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, reverendo Amilton Gomes de Paula -- em depoimento à CPI, o religioso também fez menção ao nome de Hélcio.
A conversa aconteceu dias após o jantar no Vasto Restaurante, localizado no Brasília Shopping, em que, segundo o vendedor Luiz Paulo Dominguetti, o ex-diretor de Logística do ministério Roberto Ferreira Dias pediu propina de um dólar por dose para dar andamento às tratativas com a Davati.
Ao STF, a defesa do coronel da reserva afirmou que somente "compartilhou" com o reverendo e os representantes da Davati um horário previamente agendado na pasta para discutir a operacionalização da vacinação em rede privada no país.
"Sobre essa reunião, da qual participaram dez pessoas, sendo cinco servidores do Ministério da Saúde, ninguém, nem mesmo o sr. Luiz Paulo Dominguetti, apontou qualquer irregularidade, suspeita de ilicitude e, muito menos, qualquer mínima menção a eventuais vantagens indevidas", completaram os advogados.
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Comentários (4)
MARCOS
2021-08-06 18:33:03Coronel, quem não deve não teme. Vai lá e conta tudo o que sabe. Para que HC no STF se nada tem a esconder?
Heitor
2021-08-06 18:02:02O STF chutou Sérgio Moro e a Lava Jato, que trabalharam na maior lisura possível diante de tanta bandidagem instalada no poder. E Agora Gilmar?
MARIA
2021-08-06 15:43:43O SITE DESSE CORONEL É UM CONVITE ÀS AÇÕES ANTI-DEMOCRÁTICAS. ELE É UM MILITAR LINHA-DURA, MUITO LIGADO AO PRESIDENTE.
Nádia
2021-08-06 15:02:06ahahah quanta lisura. "Se falar me entrego"... Vergonha alheia.. Teve pelo menos uma vantagem, toda essa situação, enterraram de vez o mito de que militares estão acima da média em honestidade, compromisso com a verdade.. etc etc. Todo mundo sabia q era besteira, mas nunca a oportunidade de provar.. tinha sido tão escancarada.. Valeu mesmo gov bolsominto..