A sentença política da Suprema Corte de Israel que pode evitar o despejo de palestinos
A Suprema Corte de Israel (foto) tentou nesta segunda, 2 de agosto, fazer um acordo com as quatro famílias palestinas que vivem no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, e correm o risco de serem despejadas. A sentença tenta um meio-termo entre o pedido dos movimentos judaicos que reclamam aquela terra com base em...
A Suprema Corte de Israel (foto) tentou nesta segunda, 2 de agosto, fazer um acordo com as quatro famílias palestinas que vivem no bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, e correm o risco de serem despejadas.
A sentença tenta um meio-termo entre o pedido dos movimentos judaicos que reclamam aquela terra com base em uma lei nacional e o direito individual dos palestinos que vivem lá há gerações. "Foi uma decisão muito política, porque os juízes deixaram de lado alguns preceitos jurídicos. Mas, se funcionar, pode ser uma solução para vários outros casos em Israel", diz o professor Michel Gherman, coordenador do Núcleo de Estudos Judaicos da UFRJ e diretor acadêmico do Instituto Brasil-Israel.
A lei israelense afirma que terrenos que pertenciam a judeus antes da Guerra de Independência, de 1948, podem ser reclamados por judeus. Este é o caso de Sheikh Jarrah.
Antes do nascimento de Israel, ainda no século XIX, uma empresa sionista chamada Fundo Nacional Judaico assentou nesse terreno diversos judeus que moravam no Iêmen. O bairro ganhou o nome de Shimin Hatzadik. Mais tarde, o local foi abandonado por esses judeus iemenitas. Para lá depois se dirigiram famílias de palestinos que saíram de um bairro de Jerusalém Ocidental. O local então ganhou o nome atual, de Sheikh Jarrah.
Contudo, não são os judeus iemenitas, seus antigos donos, que estão pedindo a propriedade dessas terras. "Isso agora está sendo feito por um movimento que ganhou força com a extrema-direita de Israel. Seus membros não reivindicam o direito individual, apenas o direito coletivo", diz Gherman.
Os juízes reconheceram que essas terras, conforme diz a lei, deve ficar com o movimento nacional judaico. Mas disseram às quatro famílias que elas poderiam ficar em suas casas, desde que reconhecessem que as terras pertencem a uma empresa de colonos judeus e pagassem uma quantia simbólica por mês.
Resumindo, o que os juízes decidiram é que a terra de Sheikh Jarrah é dos judeus de Israel, mas que os palestinos podem ficar por lá. Agora é esperar qual será a reação das quatro famílias que estavam sendo ameaçadas de despejo.
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Comentários (3)
Cruz
2021-08-03 16:29:24Quem conhece Israel sabe que a maioria da população quer tranquilidade e viver bem. Não ligam para isso e preferem que Palestinos tenham sua área, seu país etc. Contudo, uma pequena minoria tem muito poder, é radical e conflita com a maioria. Causam inúmeros problemas em Israel. Com conflitos desnecessários, a situação só piora. Por outro lado, quando a situação complica, essa minoria some e quem defende a nação é a maioria, vão a guerra de fato, sempre patrióticos e prontos a defender.
Martha
2021-08-03 14:12:33eu acho essa decisão um absurdo Por quanto tempo ainda Israel vai massacrar os Palestinos ? O que significa ficar por lá e reconhecer q a propriedade é de outro ? ao pagamento de uma quantia simbólica ? Por quanto tempo. Essa decisão só vai agravar o conflito. a propriedade é das famílias q moram lá por gerações e tem todos os direitos sobre ela. uso gozo e domínio
Carlos Renato Cardoso da Costa
2021-08-03 10:34:04Mais uma pequena acha na inesgotável fogueira do conflito. Essa decisão salomonica não vai satisfazer completamente ninguém nem irá prevenir futuro conflito respeitante a esse mesmo caso.