Narrativas de Gilmar e Lewandowski contra a Lava Jato em xeque
O relatório da Polícia Federal que concluiu não ser possível confirmar a autenticidade das mensagens hackeadas da extinta força-tarefa da Lava Jato de Curitiba mina a estratégia dos detratores da operação de usar o material roubado por hackers em investigações contra os procuradores do Paraná ou até como provas para anular condenações. No documento, o...
O relatório da Polícia Federal que concluiu não ser possível confirmar a autenticidade das mensagens hackeadas da extinta força-tarefa da Lava Jato de Curitiba mina a estratégia dos detratores da operação de usar o material roubado por hackers em investigações contra os procuradores do Paraná ou até como provas para anular condenações.
No documento, o delegado Felipe Leal, chefe do Serviço de Inquéritos da PF em Brasília, afirma que "não se presume", com base nos laudos feitos pelos peritos federais, a autenticidade e integridade dos diálogos apreendidos pela Operação Spoofing, e que há "indícios de que o invasor agiu com o dolo específico não apenas de obter como também de adulterar os dados".
O relatório foi feito a pedido do subprocurador da República José Adonis Callou de Araújo Sá, que encaminhou a seguinte pergunta à Polícia Federal: "É possível, tecnicamente, atestar a integridade e a cadeia de custódia do material digital no intervalo entre a obtenção original pelos hackers e a apreensão pela Polícia Federal?"
Na resposta feita com base em um laudo dos peritos da corporação, o delegado afirma que as mensagens hackeadas da força-tarefa liderada por Deltan Dallagnol (foto) "não possuem assinatura digital, resumos criptográficos, carimbos de tempo emitidos por autoridade certificadora ou outro mecanismo que permita identificar a alteração, inclusão ou supressão de informações em relação aos arquivos originalmente armazenados nos servidores do aplicativo Telegram".
O relatório foi anexado ao habeas corpus impetrado pelos procuradores contra o inquérito aberto pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins, para investigá-los por suposta tentativa de intimidação dos ministros da corte, com base em trechos das mensagens hackeadas. O inquérito foi suspenso no fim de março pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, com parecer da Procuradoria-Geral da República contra a investigação.
Em relação com o inquérito do STJ, Felipe Leal afirma no relatório que "a invasão de dispositivo resulta na coleta de dados indelevelmente marcados por um vício de ilegalidade, circunstância que não pode – ou ao menos não se espera – ser superada com flancos de investigação em face das próprias vítimas". Para ele, "investigação lastreada por provas com prévio conhecimento de sua ilicitude, configura crime de abuso de autoridade".
No mesmo documento, o delegado da PF vai além, e expõe um argumento que contesta a narrativa apresentada pelos ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, que já fizeram uso informal das mensagens hackeadas durante o julgamento que declarou o ex-juiz Sergio Moro parcial para julgar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em março, na Segunda Turma do Supremo.
Tanto Gilmar, mas principalmente Lewandowski, afirmaram nas sessões de julgamento sobre a parcialidade de Moro que as mensagens tinham sido periciadas pela Polícia Federal, o que afastaria qualquer possibilidade de adulteração dos diálogos pelos hackers. Para o delegado da PF, contudo, "o atesto da cadeia de obtenção da prova da invasão não significa confirmar autenticidade e integridade do teor das conversas obtidas".
Em outro trecho do relatório, o delegado Felipe Leal explica que a perícia da PF assegurou a integridade do material após a apreensão com o hacker. "Esclarecendo de maneira técnica, não se deve confundir o atesto de autenticidade e integridade de um item digital antes de sua coleta com o atesto de autenticidade e integridade da cadeia de prova relacionada a um item digital entre a sua coleta e o seu armazenamento em mídia anexa a um laudo pericial. São momentos distintos, fazendo-se necessário inserir um dique entre eles para evitar discussões inesgotáveis sobre o tema", afirma o delegado.
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Comentários (10)
Paulo
2021-04-23 08:25:46Mais uma canalhice do "PSTF" . Essa corte tá bichada !!!
Luiz
2021-04-14 16:32:24Isso parece mais um circo do que um STF Como podem julgar , condenar espinafrar heróis nacionais que mostraram a podridão de políticos canalhas e ladrões usando provas e informações que sabiam ilegais e agora vistas como imorais e inverídicas Esse país vai mal Precisamos mostrar nossa indignação Somos Moro e procuradores e não se pode imaginar quererem trocar os heróis para bandidos como alguns do STF fizeram
Jurema
2021-04-14 12:17:54Triste é o país que tem na Suprema Corte Juízes que são partidários e não imparciais. Quem pode confiar numa Corte que sem prova nenhuma condena um juiz e todo o corpo de investigação por ter condenado ( com provas) um amigo ou aliado político da sua turma?
Marina
2021-04-14 08:58:57Com o coração repleto de esperança de novo. Quem sabe, ainda hoje tenhamos algo animador lá no supremo.
Mario
2021-04-14 00:04:39Se são criminosas, roubadas e até supostamente forjadas ou adulteradas para o STF melhor pois mais se assemelham à verdade por eles perseguida, se de origem criminosa mais verdadeira fica entre os 11, que julgam pelas preferências pessoais o que é melhor para o país se sobrepondo aos que foram eleitos pelo povo para decidir o que é melhor para o povo sem terem sido eleitos pelo povo. Quem decide pelo povo sem ter sido eleito, dita as regras onde não há democracia.
Edmundo
2021-04-13 23:54:40Este STF é envergonha a nação com os julgamentos sem pé e sem cabeça! As cortes Supremas de outra nações deve está estarrecida com afrontas as leis!
Tania
2021-04-13 23:47:22Quando alguém pensa que está tudo perdido, eis que surge nova versão dos fatos.
Martiniano
2021-04-13 21:19:14Estava na hora de aparecer a verdade... Viva a Lava Jato, abaixo os corruptos da esquerda e da direitona...
Vitord
2021-04-13 19:51:15Desculpem-me....PQP! E ainda pagamos os salários e outras tantas benesses ,cortesias e amenidades para falharem deste jeito! Será que suas excelências também não sabem ler ou são incapazes de entender um texto ...ou propositalmente os no nobres togados o fazem para confundindo os alhos com os bugalhos descaradamente maltratarem a verdade para o qual repito, são pagos para protege-la! Quando o Lelê e o Gigi avacalham connosco tudo bem...mas qd Da Caca também..e preocupante!
Jose
2021-04-13 18:38:45Com base no relatório do delegado Felipe Leal acho que só resta aos ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski se desculpar publicamente com o ex-juiz Sergio Moro é o Procurador Deltan Dallagnol