Dos quase R$ 6 mi que Flávio pagou por mansão, R$ 1.780.000 estão sem explicação
A conta não fecha. Na escritura que formalizou a compra de uma mansão em Brasília por quase 6 milhões de reais, Flávio Bolsonaro declarou que uma parte do valor, exatamente 2.870.000, foi paga com recursos próprios. O restante, 3.100.000 reais, foi financiado junto ao BRB, o banco do governo do Distrito Federal. Acontece que, nesta...
A conta não fecha. Na escritura que formalizou a compra de uma mansão em Brasília por quase 6 milhões de reais, Flávio Bolsonaro declarou que uma parte do valor, exatamente 2.870.000, foi paga com recursos próprios. O restante, 3.100.000 reais, foi financiado junto ao BRB, o banco do governo do Distrito Federal.
Acontece que, nesta quarta-feira, 3, em resposta ao Antagonista, o empresário brasiliense Juscelino Sarkis, que vendeu a casa a Flávio Bolsonaro, apresentou comprovantes de transferências feitas pelo filho 01 do presidente que somam apenas 1.090.000 reais, e não os 2.870.000 reais que, segundo a escritura, Flávio acertou com recursos próprios.
Ou seja, entre o que registra o documento oficial e os comprovantes apresentados pelo empresário, há uma diferença de 1.780.000 reais.
Como a escritura e também o registro no cartório de imóveis dão como quitados os 2.870.000 reais que Flávio Bolsonaro afirma ter colocado no negócio por meio de recursos próprios, é incontornável a pergunta: como ele pagou esses 1.780.000 restantes?
Caso mais adiante ele diga que o valor ainda não foi pago ao vendedor, por que os documentos oficiais registram a operação como concluída e não fazem qualquer menção a parcelas que ainda estariam em aberto? Excesso de confiança entre as partes? Estranho, no mínimo.
A diferença nos valores lança mais sombra sobre a nova transação de Flávio, que foi investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por realizar operações imobiliárias suspeitas – os promotores sustentam que o filho 01 do presidente da República usou dinheiro do esquema rachid em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa fluminense para adquirir várias propriedades.
Uma nota oficial distribuída pelos advogados de Juscelino Sarkis também nesta quarta-feira afirma que, dos 5.970.000 reais pelos quais a casa foi vendida, foram pagos 4.190.278,30 – a soma se refere aos 1.090.000 de reais repassados por Flávio por meio de três transferências bancárias efetuadas entre novembro e dezembro de 2020 e a exatos 3.100.278,20 relativos ao valor financiado pelo BRB. Não há, no texto, qualquer menção à diferença de 1.780.000 reais.
Diz a nota: “Até o presente momento todos os termos contratados têm sido devidamente adimplidos, já tendo sido efetuado o pagamento do valor de R$ 4.190.278,30 (quatro milhões, cento e noventa mil duzentos e setenta e oito reais e trinta centavos), dos quais R$ 1.090.000,00 (um milhão e noventa mil reais) foram cumpridos através de transferências bancárias (TEDs) realizadas em 23/11/2020 (R$ 200.000,00), 10/12/2020 (R$ 300.000,00) e 11/12/2020 (590.000,00), e também pela liberação de valores alusivos ao financiamento bancário no valor de R$ 3.100.278,30 (três milhões e cem mil duzentos e setenta e oito reais e vinte centavos), ocorridos em 02/02/2021”.
A nota, observe o leitor, se limita a dizer genericamente que “até o presente momento todos os termos contratados têm sido devidamente adimplidos”. Se Flávio ainda está devendo uma parte, por que não dizer? Os advogados de Juscelino Sarkis afirmam, nas últimas linhas da manifestação, que "os valores da venda serão devidamente declarados às autoridades fazendárias".
Logo após a revelação da transação pelo Antagonista, Flávio Bolsonaro afirmou, também em nota oficial, que a casa "foi comprada com recursos próprios, em especial oriundos da venda (de) seu imóvel no Rio de Janeiro". A nota prossegue: "Mais da metade do valor da operação ocorreu (sic) por intermédio de financiamento imobiliário. Tudo registrado em escritura pública".
A indagação, que precisa ser respondida o quanto antes pelos envolvidos na transação, especialmente pelo filho do presidente, está no ar: e os 1.780.000 reais? Depois da célebre “Cadê o Queiroz?”, repetida em prosa e verso durante o longo sumiço do operador do caixa paralelo do antigo gabinete de Flávio, essa é a pergunta que agora se impõe. Talvez um novo relatório do Coaf seja necessário para que venha a resposta.
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Comentários (10)
Sônia
2021-03-06 15:13:15nem vai ter! todo este dinheiro foi obtido de forma misteriosa,com corrupção e formas ilegais! assim todos nós pensamos!
Menos 🐄 Mais 🇧🇷
2021-03-04 15:59:54Esse dinheiro ou foi pago em especie ou fora do pais. Agora vocês acham mesmo que alguém vai investigar. Acabou, a cleptocracia voltou com tudo graças ao Minto, esses politicos enrolados com a justiça, PGR, STF, STJ, CNMP, OAB e grupos advocatícios poderosos financiados pelo dinheiro do contribuinte graças as leias aprovadas por esses mesmos politicos, o mecanismo esta a todo vapor e a sociedade acuada pelo COVID tendo so a social mídia para se manifestar e com togados apavorando a população.
Antonio
2021-03-04 15:28:57calma gente, o senador fez poupança da caixa kkkk
Heloisa
2021-03-04 15:03:57É a poupança das Rachadinhas do FAMILICIA,do Queiroz em sociedade com os “micheques” dando cria.
Nilson
2021-03-04 14:13:40É por estas e outras que a classe politica é permeada de gatunos que sob o manto protetor de outros venais da justiça agem assaltando os cofres publicos sabendo que não serão punidos. Assim é a cleptocracia escancarada com um nome de fachada de democracia. Este país tem jeito????
Júlio
2021-03-04 13:43:31Essas materias que só servem para colocar dúvidas no ar e atiçar as especulações são uma vergonha. A Crusoé entrou no esquema da Globolixo.
Jaime
2021-03-04 13:08:16Adoro uma boa Teoria Conspiratória. Um amigo, também investidor na B3, me disse: "Cumpade, VC sabia q ALGUÉM obteve informações privilegiadas naquele imbróglio da substituição do Presidente da Petrobrás? E o cara ganho exatos 8 milhões comprando opções da Petrobrás e apostando na queda das ações?" Eu disse q não sabia...e ele continuou: "Pois é...Os minoritários estão enfurecidos. Acionaram a CVM e vão entrar na Justiça, se preciso for..." Tô pensando no Flávio e onde ele conseguiu a grana...
Joao
2021-03-04 11:28:50Ele tem até o encerramento do presente ano fiscal para explicar. Ao fisco, não aos jornalistas abelhudos e zelantes que nos governos anteriores recebiam, direta e indiretamente, para se calarem . Se não explicar o ministério público deverá agir. Comprou no nome dele e não de um amigo se fez algo errado vai ter que ser responsabilizado. Ele não o amigo ou o amigo do amigo.
O HOMEM DE 6 MILHÕES
2021-03-04 11:27:05O que aconteceu com as malas de dinheiro: Satiagraha, a do assesor do Temer, a do mafioso das Gerais, os milhões no apartamento? Flavio Bolsonaro não conseguiu justificar às operações financeiras. A justiça cancelou às provas. Então fica tudo por isso mesmo? Ele desvia recursos, e fica com o dinheiro? E então fica mais audacioso, compra uma casa que vale 10 mi, por 6 mi, e mesmo com essa depreciação de 40%, não consegue justificar novamente, de onde vem tanto dinheiro. Esse é o Brasil do Bozo.
Antônio
2021-03-04 10:41:31Além do fato de que a casa custa mais que 6M. Operação casada. Compra por um valor abaixo do de mercado (provavelmente com pagamento por fora em espécie) e empréstimo mega suspeito (+70% da renda, juros baixíssimos e BRB). #somostodosotarios