A cronologia da operação na Receita Federal para blindar Flávio Bolsonaro
No dia 25 de agosto do ano passado, Jair Bolsonaro recebeu, no Palácio do Planalto, as advogadas Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, defensoras de Flávio Bolsonaro no caso do rachid operado por Fabrício Queiroz. Elas foram à sede do governo para uma reunião que contou com a presença do diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, e...
No dia 25 de agosto do ano passado, Jair Bolsonaro recebeu, no Palácio do Planalto, as advogadas Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, defensoras de Flávio Bolsonaro no caso do rachid operado por Fabrício Queiroz. Elas foram à sede do governo para uma reunião que contou com a presença do diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, e do ministro-general do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno Ribeiro. Documentos da Receita Federal e do Ministério da Economia obtidos por Crusoé confirmam que o governo trabalhou ativamente nas demandas das advogadas para blindar o filho do presidente.
No primeiro encontro, as advogadas narraram ao presidente da República a suposta existência de uma organização criminosa dentro da Receita Federal que teria acessado indevidamente os dados de Flávio, posteriormente usados como prova na investigação do rachid. Naquele mesmo dia 25 de agosto, as advogadas de Flávio entregaram um pedido de "apuração especial" na Receita sobre o caso. Luciana Pires, então, foi aconselhada a protocolar a petição no dia seguinte, 26 de agosto, o que foi levado a cabo. Ela e a sócia, Juliana Bierrenbach, se encontraram pessoalmente com José Tostes, secretário da Receita Federal. A partir de então, a Abin passou a acompanhar o caso – posteriormente Ramagem entregou às advogadas dois relatórios para auxiliar na defesa de Flávio.
A primeira tentativa de pedir a investigação à Receita ficou nas gavetas do órgão por duas semanas. Auxiliares de Alexandre Ramagem posteriormente sugeriram a substituição do chefe da corregedoria da pasta, José Pereira de Barros Neto, por suspeitarem que ele pudesse integrar o grupo que havia consultado os dados fiscais de Flávio. No dia 8 de setembro as advogadas voltaram à carga e protocolaram uma nova petição, que tramitou de forma expressa pelos gabinetes da Receita. Naquele mesmo dia, o procedimento para apurar as denúncias foi "instruído com petição contendo alegações e questionamentos relativos a circunstâncias e fatos que dizem respeito à área de atuação correicional", conforme registra um ofício do órgão. Quatro dias antes, Tostes recebeu Juliana Bierrenbach em Brasília.
Segundo registros da Receita, José Tostes se encontrou com Jair Bolsonaro duas vezes após a instalação do procedimento: primeiro no dia 9 de setembro, ao lado de Paulo Guedes, e depois no dia 11, quando esteve também com a cúpula jurídica governo, incluindo o advogado-geral da União, José Levi, e o então ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira. Na semana seguinte, no dia 17 de setembro, Tostes recebeu o próprio Flávio Bolsonaro e uma de suas advogadas.
As demandas de Flávio foram analisadas primeiro pela própria Receita Federal, durante 48 dias, e em 29 de outubro seguiram para a Corregedoria do Ministério da Economia. O procedimento, que ainda está em curso, permite que os responsáveis pela apuração acessem informações sensíveis que podem dar sustentação às alegações de Flávio Bolsonaro. Els podem, por exemplo, acessar computadores, e-mails funcionais, agenda oficial, sistemas eletrônicos, telefones de trabalho e até as gavetas e armários usados pelos funcionários suspeitos de fazerem parte da suposta conspiração, que Flávio aponta para tentar a investigação do rachid.
No início de 2021, a corregedora-geral no Ministério da Economia, Fabiana Vieira Lima, pediu exoneração para assumir um cargo de chefia da área de controle interno do Ministério do Desenvolvimento Regional. Ela negociava a mudança desde dezembro. O governo ainda nomeará um funcionário para assumir a chefia do órgão, que está sendo exercida de forma interina pelo auditor federal Marcos Pires de Campos.
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Comentários (10)
Solange
2021-02-08 15:45:45Receita, MPF, Polícia etc aparelhados pelo crime no poder - pela família B.
Antonio
2021-02-08 08:24:34Eu tenho a solução: CAMBURÃO
Tania
2021-02-08 06:14:43É deprimente para os brasileiros de bem ter que suportar uma família tão despreparada para ocupar cargos tão importantes!! Meu Deus! Onde o Brasil vai parar? No esgoto?
Jucemir
2021-02-07 21:00:21Meu Deus, era só contratar o escritório da mulher do Vampiro Mor do Supremo.
MARCOS
2021-02-07 19:38:01Sai uma quadrilha e entra outra na cúpula do governo federal. Isso é crime de responsabilidade, ou estou enganado?
Miriam
2021-02-07 10:20:24É simplesmente estarrecedor os encaminhamentos que esse governo vem tomando. Um presidente despreparado, descompensado, que na ânsia de proteger um filho, passa por cima de todos os princípios e deveres do cargo que ocupa.. É lamentável.
Antônio
2021-02-07 07:57:53O gado se manifesta. Os Srs comentaristas “não gado” estão com síndrome STF, primeiro condena depois investiga. E SEM DIREITO À DEFESA. Tenho dito
RAIMUNDO
2021-02-06 22:36:06Engraçado. O gado não se manifestou aqui nos comentários. Por que?
Regina
2021-02-06 14:37:50Lamentável e vergonhosa a interferência do governo em instituições públicas,para benefícios particulares!
Claide rocha
2021-02-06 13:35:21Escória...lama podre...os bolsonaros e seus bandidos favoritos...acorda Brasil