Maia acha ‘muito difícil’ governo conseguir liberar emendas em troca de votos em Lira como promete
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (foto), afirmou nesta terça-feira, 12, que será “muito difícil” o governo Jair Bolsonaro conseguir cumprir o acordo selado nos bastidores pela liberação de recursos de emendas parlamentares em troca do apoio de deputados a Arthur Lira, do Progressistas, na eleição pelo comando da Casa, prevista para fevereiro. Impedido de...
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (foto), afirmou nesta terça-feira, 12, que será “muito difícil” o governo Jair Bolsonaro conseguir cumprir o acordo selado nos bastidores pela liberação de recursos de emendas parlamentares em troca do apoio de deputados a Arthur Lira, do Progressistas, na eleição pelo comando da Casa, prevista para fevereiro.
Impedido de concorrer à reeleição por decisão do Supremo Tribunal Federal, Maia é o principal articulador da campanha de Baleia Rossi, do MDB, pela sucessão. O bloco capitaneado pelos dois reúne 11 partidos e tem Lira como o principal concorrente.
Entre as negociações, o Planalto pôs à disposição dos congressistas que votarem no candidato do Progressistas cargos em ministérios, empresas estatais e conselhos e, sobretudo, comprometeu-se a liberar emendas parlamentares.
Maia, porém, avalia que, em meio às combalidas contas públicas, o dinheiro destinado a investimentos será escasso, o que compromete a promessa do Planalto. ”Não tem nenhum problema o presidente da República ter simpatia pelo candidato B ou pelo candidato A. O que acho que tem que tomar cuidado é que, com um orçamento que não tem espaço para investimento, eles estão oferecendo emendas por aí e, mais uma vez, não vão cumprir a palavra com os deputados”, disse.
O parlamentar citou o Teto de Gastos, que impede que as despesas da União cresçam acima da inflação do ano anterior, e observou que, caso o governo descumpra o acerto, poderá provocar uma "animosidade" no plenário.
“Você tem um rombo de 25 bilhões de reais no teto de gastos, que deixa claro que não há recurso para investimento. Se não há recurso para investimento, vai ser muito difícil o governo cumprir essas promessas que está fazendo aos parlamentares sobre a questão dos recursos extra orçamentários, o que pode gerar, num segundo momento, logo a partir de março, uma animosidade do plenário com as matérias do governo, mesmo aquelas consensuais em relação à agenda econômica do nosso país”, emendou.
O presidente da Câmara ainda rechaçou as críticas a Baleia Rossi pelo alinhamento com o governo em votações. Maia alegou que, em meio à pandemia, formaram-se duas bases de apoio ao Planalto -- uma fielmente cega e outra independente, “que tem convergência na pauta econômica”.
“Você pergunta: por que o deputado Baleia tem tantos votos próximos aos votos do governo? Vou te explicar de forma muito fácil: porque muitas matérias polêmicas, a presidência da Câmara barrou e não deixou pautar. Certamente, se matérias sobre armas, meio ambiente e tantas outras tivessem ido a voto, o número de votos de Baleia divergentes de Lira e da base do governo seria muito maior. Mas, como a pauta da Câmara é formada ouvindo líderes, muitas dessas matérias radicais e polêmicas foram evitadas pela presidência da Casa, gerando uma falsa expectativa de que os dois têm a mesma pauta. Não é verdade”, argumentou.
De acordo com o parlamentar, como de costume, a votação para a presidência da Câmara ocorrerá de forma presencial. Ele ressaltou, entretanto, que a Mesa Diretora deve consultar especialistas para avaliar a melhor opção para deputados que integram o grupo de risco da Covid-19 -- a participação remota para esses parlamentares em específico, portanto, não está descartada.
Na sequência, Maia disse que, apesar de ser contra, está aberto à discussão sobre o voto aberto. "Se todos os partidos políticos entenderem que o voto pode ser aberto, quem sabe não pode ser um debate para que não paire dúvida sobre minha transparência e do meu trabalho nos últimos anos", pontuou Maia.
"Eu não defendo, acho que o voto tem que ser fechado, mas por que não, já que se quer tanta transparência, os agentes sociais ligados ao Bolsonaro estão em campanha pelo voto impresso já, com carreatas e caravanas a caminho da Câmara dos Deputados em Brasília no dia da eleição pedindo voto impresso já, então quem sabe uma transparência total também na eleição para Presidência da Câmara", ironizou.
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Comentários (6)
José
2021-01-13 18:05:27Voto aberto é o ideal!!
MARCOS
2021-01-13 10:25:33Comprar votos com emendas beneficiando os "comprados", é ser corrupto.
Antonio
2021-01-12 23:28:21Quem se importa com o que esse cara fala? Não mais. Seu poder foi efêmero e acabou. Que desapareça na história.
Manoel
2021-01-12 21:26:50esse conseguiu o 🏆 de político mais incompetente de 2020.
Jose
2021-01-12 21:23:23Qual dinheiro o Bozo tem? O país está quebrando. Totalmente quebrado!
VALDERES
2021-01-12 20:47:37Botafogo só não consegue ser pior do que a Dilmanta. Como consegue ser tão idiota?