Entidade tenta barrar compra de 400 celulares de luxo para promotores do MT
O Observatório Social de Mato Grosso, uma organização não governamental que atua no combate à corrupção, tenta barrar a compra de 400 celulares de luxo para promotores e procuradores do Ministério Público estadual, ao custo estimado de 2,2 milhões de reais. Em outubro, o procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges Pereira, abriu...
O Observatório Social de Mato Grosso, uma organização não governamental que atua no combate à corrupção, tenta barrar a compra de 400 celulares de luxo para promotores e procuradores do Ministério Público estadual, ao custo estimado de 2,2 milhões de reais.
Em outubro, o procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges Pereira, abriu concorrência pública para a compra dos aparelhos, entre eles 201 unidades do iPhone 11, modelo mais luxuoso do mercado.
Em notificação extrajudicial enviada ao chefe do MP mato-grossense, a diretora do Observatório Social, Elda Valim, argumenta que “é ilegal a compra de iPhones e outros telefones de luxo por desprezar o princípio da economicidade num contexto de grave crise financeira causada pela crise sanitária sem precedentes”.
No documento, a diretora da organização argumenta ainda que “a opção por bens de luxo representa desvio de finalidade, por ferir os princípios da proporcionalidade e economicidade, que constituem instrumentos de controle da discricionariedade dos gestores públicos”. Elda Valim afirma que a escolha não foi baseada em necessidades técnicas de segurança da informação, já que esse controle está relacionado com questões de software e não hardware.
“É inadmissível essa escolha com a utilização de recursos do erário, ainda mais quando o contribuinte já custeia uma remuneração extremamente alta e segurança de emprego para os membros do MP, o que por si só já constitui um grande luxo num contexto de desemprego e onde a fome volta a rondar as famílias sem renda, em que a corrupção generalizada torna o país um dos mais desiguais do mundo”, diz outro trecho do documento entregue ao MP de Mato Grosso. A entidade afirma que “o quantitativo de aparelhos parece estar muito acima do necessário”.
“Enquanto os recursos da saúde são desviados, a mortalidade por Covid em Cuiabá é o dobro da média da mortalidade no Brasil, e a mortalidade nas UTIs do Hospital Regional de Sinop em julho ultrapassou a inacreditável marca dos 90%, o MP não tem sequer uma promotoria especializada em saúde pública”, alega o Observatório Social. No documento, a entidade pede que seja anulada a ata de registro de preços ou suprimida a parte relativa à compra de iPhones.
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Comentários (10)
Angela
2020-12-08 14:07:41A matéria deixa de acrescentar que o vereador eleito em São Paulo, Rubinho Nunes do Patriotas e do MBL, entrou com uma ação na Justiça para barrar a tal farra dos smartphones.
Ruy
2020-12-08 11:23:13O servidor público, de qualquer nível, ainda pensa que dinheiro dá em árvores. Alguém tem que dizer á eles que dinheiro vem dos impostos de quem produz e trabalha... sem ganhar para ficar em casa, sem privilégios vergonhosos e sem redução de ganhos durante a pandemia. São dois mundos incomparavelmente opostos.
Francisco
2020-12-08 09:58:08Quem deveria estar dando exemplo, fazendo farra com o dinheiro público. Vergonhoso!!!!
Luis
2020-12-08 08:13:57Por que motivo os promotores precisam de celulares de luxo para exercerem suas atividades profissionais ?
Marcelo
2020-12-08 06:57:56Sistema de castas sociais. Semideuses
Nádia
2020-12-08 05:12:44Gostaria mto q organizações assim atuassem no país inteiro, coibindo, ou ao menos tentando coibir, e dando publicidade a gastos absurdos -- e q são feitos tempo todo -- em nome de prestar um serviço público q prescinde, na maior parte das vezes, mto tranquilamente de tais gastos, para ser bem prestado. Aliás, não raro, seria melhor prestado sem os tais gastos.
ALEXANDER
2020-12-07 22:54:17Parabéns pra essa organização.Só lamento que vão comprar pois juízes e promotores se acham deuses e desembargadores tem certeza que são Deus e que nós somos a ralé que deve servir e dane-se se temos saúde segurança e educação.Mesmo assim marquem presença ,só que eles não possuem vergonha na cara.Os bichos são melhores.Mas um dia eles tb vão morrer,pois essa e democrática e não terá liminar ou mandado de segurança pra impedir as suas mortes.Isso é a única coisa que me consola
ncc
2020-12-07 22:43:51Só no Brasil, mesmo. Tem dinheiro público pra escola de samba desfilar, pra time de futebol construir estádio, pra bancar despesas de políticos (via cartão corporativo) etc. Agora mais essa: bancar iPhone de última geração pra promotor de justiça (que justiça?) que ganha, por baixo, 30 salários por mês, fora os penduricalhos. Mas pra saúde, educação, segurança, infraestrutura, ciência, tecnologia e outros investimentos que interessam de fato ao país, só migalhas.
Sergio
2020-12-07 21:51:17Cada um paga o seu do seu bolso. #mudabrasil.
Sillvia2
2020-12-07 21:49:13Verdadeiros marajás mimados e abusados, às custas do dinheiro público, num país de povo miserável e políticos corruptos! Maus brasileiros, autoridades desonestas...