Em delação, Dario Messer indicou doleiros que atuam para políticos
Conhecido como "doleiros dos doleiros", Dario Messer (foto) não entregou políticos em seu acordo de colaboração premiada homologado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, mas indicou quem eram os doleiros ligados a ele que operavam para essa clientela. Embora tenha oferecido muitas dezenas de fatos na negociação da colaboração, após uma primeira análise dos investigadores...
Conhecido como "doleiros dos doleiros", Dario Messer (foto) não entregou políticos em seu acordo de colaboração premiada homologado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, mas indicou quem eram os doleiros ligados a ele que operavam para essa clientela.
Embora tenha oferecido muitas dezenas de fatos na negociação da colaboração, após uma primeira análise dos investigadores da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, o material foi condensado em 21 anexos agora homologados.
O acordo prevê o pagamento de 1 bilhão de reais. Para isso, Messer entregou imóveis no Brasil e no exterior, obras de arte, fazendas no Paraguai e valores mantidos em território internacional.
Messer explicou na delação que seus clientes eram doleiros menores e que, por esse motivo, não se sentava com os políticos para negociar. Essa função era desempenhada pelos doleiros que operavam com ele.
Na Operação Câmbio, Desligo, deflagrada em maio de 2018 e que pediu a prisão de Messer, os investigadores mapearam ao menos 47 doleiros cuja atuação se dava por meio dos sistemas ST e Bankdrop, operados pelos funcionários dele, os também doleiros Vínicius Claret e Cláudio Barboza.
Nos sistemas, entre 2011 e 2017, estão relacionados cerca de 1,6 bilhão de dólares em transações dos doleiros ligados a Messer que passaram por 3 mil offshores localizadas em 52 países.
Entre os doleiros registrados nos sistemas estão os da família Matalon, alvos da Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas, Marco Antônio Cursini, cuja delação deu origem à Operação Castelo de Areia, e os irmãos Marcelo e Roberto Rezinski, que seriam operadores do MDB.
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Comentários (4)
Cris
2020-08-14 13:06:22Os números impressionam: 1 bilhão de reais. De um único doleiro. Não consigo nem imaginar essa quantia, nem quantificar o quanto ele deve ter movimentado para amealhar tal fortuna (q obviamente não é tudo o que possui). É possível, a partir daí, tentar calcular o valor monumental, estratosférico, que a corrupção no BR tem implicado. Ah, se todo esse dinheiro fôsse usado para o bem do país e do povo, seríamos o país mais rico do mundo.
Sônia
2020-08-13 20:24:10Por isso ARAS E OS CAPACHOS DE BOSO ,PRECISAM TER O CONTROLE DAS DELAÇÕES .o que deve ter de parentes e amigos envolvidos ?
José
2020-08-13 19:31:30Acordo de delação tem de dizer tudo sobre o risco de perder as vantagens do acordo. Ou será que a justiça está querendo mudar este tipo de delação por algum interesse?
Paulo
2020-08-13 16:49:26Se fosse uma investigação séria, digo sem as sacanagens do STF, faltaria cadeia. Mar de lamas. Poucos políticos ficariam de fora.