FGV Projetos repassou R$ 13 milhões em 'bônus' para empresas de 5 de seus diretores
Na ação em que pede a destituição da diretoria da Fundação Getúlio Vargas por fraude em contratos na gestão de Sérgio Cabral, o Ministério Público do Rio de Janeiro mostra como a FGV-Projetos repassou, entre 2017 e 2018, pelo menos 13 milhões de reais para empresas cujos sócios são seus diretores. Receberam valores milionários o diretor...
Na ação em que pede a destituição da diretoria da Fundação Getúlio Vargas por fraude em contratos na gestão de Sérgio Cabral, o Ministério Público do Rio de Janeiro mostra como a FGV-Projetos repassou, entre 2017 e 2018, pelo menos 13 milhões de reais para empresas cujos sócios são seus diretores. Receberam valores milionários o diretor técnico Ricardo Pereira Simonsen, o diretor de Mercado Sidnei Gonzalez, o diretor de Qualidade Francisco Eduardo Torres Sá, o diretor executivo Cesar Cunha Campos e o diretor de Controle Antônio Carlos Kfouri Aidar.
Os valores computados foram pagos a título de “remuneração variável”, “bônus por desempenho” e “antecipação de pagamento de prêmio”, mas o total recebido pelas empresas dos diretores pode ser ainda maior se considerados outros valores citados na ação do MP. Ao pedir o afastamento dos dirigentes, entre eles, três que receberam quantias milionárias, o MP também pede o fim desse tipo de repasse em forma de bônus e direcionados para pessoas físicas sem relação com prestação de serviço para a FGV. Dois diretores foram poupados porque, até agora, o MP não encontrou indícios de que eles estariam ligados às supostas fraudes nos contratos com o governo de Sérgio Cabral.
“Mesmo desconhecida na literatura contábil a existência de pagamento de prêmio por desempenho à pessoa jurídica, a contabilidade da FGV registrou nessa conta lançamentos contábeis que não só têm esse histórico, como, e o que é mais grave, todos eles, de valores altíssimos, favoreceram, com constância e habitualidade, durante todos os meses dos anos de 2017 e de 2018 pessoas jurídicas cujos sócios eram, ao tempo dos lançamentos, Diretores da FGV”, diz o MP.
Quem lidera o ranking dos recebimentos é o diretor executivo da FGV-Projetos, César Cunha Campos, um dos que teve a destituição do cargo solicitada pelo MP. Além do salário de 50 mil reais, Campos recebeu 3,4 milhões de reais por meio da Pacto Consultoria. Segundo o MP, em depoimento, o diretor confessou que sua empresa nunca prestou qualquer tipo de serviço para a FGV. Ele também foi citado em depoimento pelo ex-governador Sérgio Cabral como responsável por “produzir receita” para a fundação.
“A busca ativa para desempenhar contratos públicos é generosamente retribuída com um bocado de dinheiro público, que escorre por diversas contas contábeis cifradas e vai desaguar em pessoa jurídica mantida em seu nome”, explica o MP sobre os milhões que entraram na conta de sua empresa.
Em segundo lugar entre os que mais receberam nos anos de 2017 e 2018 está o diretor de Controle, Antônio Carlos Kfouri Aidar.Ele não foi alvo do pedido do MP, mas recebeu 2,9 milhões de reais em dois anos por meio da Kfouri Aidar Consultoria. “O descontrole é tal que Antônio Carlos Kfouri Aidar é também contador da Fundação desde 2017, demonstrando a forma pessoal com o que a entidade é gerida, em evidente conflito com os interesses sociais que a Fundação deve proteger”, diz o MP.
O diretor de Mercado Sidnei Gonzalez figura em terceiro no ranking de recebimentos mais vultosos. O escritório de advocacia Gonzalez, Guerra e Granier, do qual ele é sócio, recebeu 2,4 milhões de reais nos anos de 2017 e 2018. Em quarto lugar vem o diretor Técnico, Ricardo Pereira Simonsen. Pela Inteco Assessoria Técnica ele recebeu 2,5 milhões de reais.Simonsen e Gonzalez também foram alvos do pedido de destituição do MP. Na quinta colocação, segundo o MP, está o diretor de Qualidade, Francisco Eduardo Torres Sá, cuja empresa, a FET Consultoria e Projetos recebeu 1,9 milhão de reais. Torres, no entanto, a exemplo de Kfouri Aidar, também não teve seu afastamento pedido pelo MP.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (8)
Marcelo
2020-08-12 17:04:28É meus caros, o negócio não é para amadores não. A corrupção é pandemia pior que a COVID19. Isso mostra que o nível de educação e sócio-econômico não implica em moralidade, seriedade, probidade, caráter, responsabilidade. No Brasil, o que faz o bandido é a oportunidade e a certeza de impunidade. Enquanto isso, no dia 18/08, o CNMP e o Aras vão atacar a única instituição que tem combatido a corrupção no Brasil, a Lava Jato na figura do seu coordenador Deltan Dallagnol. Dia 15 todos nas ruas!
Carlos
2020-08-12 14:28:01Será que ele volta? Volta sim. Ele tem uma mulher gostosa e muito dindim.
MARCOS
2020-08-12 13:45:35E a farra continua....
IVO
2020-08-12 08:00:24Quem vai nos salvar? Somente o povo organizado poderá mudar esse estado de coisas. A famosa "democracia" com suas leis feitas para corruptos, não dará um passo na direção de melhorar a vida do povo.
Lenora
2020-08-12 07:03:15Se gritar pega ladrão, nao fica um meu irmão.
Maria
2020-08-12 07:00:45Entra e sai presidente e nós, o povo, continuamos a pagar o pato e a conta.
Jose
2020-08-11 22:09:58Quem diria que a renomada FGV se afundaria em falcatruas! Não há mais nada que se salva neste país. O último a sair, por favor, desligue a lamparina!
Odete6
2020-08-11 22:07:58É preciso "ferrar" duramente essa abjeta canalhada.... isso é mais do que barbaridade....é barbárie!!!!