Empresas investigadas atuaram em campanhas de líder do governo e de seu filho
Desde junho investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil de Pernambuco avançam sobre um grupo de empresas ligadas a Sebastião Figueroa, conhecido dono de gráficas no estado. Três operações foram realizadas desde então: a Casa de Papel e a Coffee Break, da PF, e a Ripstop, da Civil. O grupo de Figueroa é suspeito...
Desde junho investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil de Pernambuco avançam sobre um grupo de empresas ligadas a Sebastião Figueroa, conhecido dono de gráficas no estado. Três operações foram realizadas desde então: a Casa de Papel e a Coffee Break, da PF, e a Ripstop, da Civil. O grupo de Figueroa é suspeito de fraudar licitações do governo estadual por mais de uma década. Os valores dos contratos sob suspeita somam ao menos 132 milhões de reais.
Duas empresas do grupo de Figueroa foram contratadas pelas campanhas do senador Fernando Bezerra Coelho (foto), líder do governo de Jair Bolsonaro no Senado, em 2014, e de um de seus filhos, Miguel Coelho, na campanha de 2016 para prefeito de Petrolina, a quinta maior cidade de Pernambuco e base política do clã. Os dois não são investigados e até o momento as operações realizaram apenas buscas relacionadas ao grupo de Figueroa.
Na campanha de 2014, o senador declarou ter repassado 400 mil reais para a Gráfica A Única, é investigada na Operação Ripstop por causa de um contrato para fornecimento de 60 mil mochilas à Prefeitura de Petrolina, comandada por Miguel Coelho. A gráfica também foi alvo da Operação Coffee Break, deflagrada na última quinta-feira, 30, por integrar, segundo a PF, um esquema que teria fraudado licitações da Assembleia Legislativa pernambucana.
No caso do prefeito Miguel Coelho, além de sua gestão na prefeitura ter contratado as empresas de Figueroa, a campanha repassou 370 mil para a Unipauta Formulários, outra firma do grupo. Alvo da operação Casa de Papel, a empresa é tratada da seguinte forma pelos investigadores: “Trata-se, possivelmente, de mera apresentadora de propostas nos certames licitatórios de que participa, a fim de justificar a contratação de outrem”.
Outro fato chamou a atenção da PF. Embora nas licitações públicas a Unipauta entrasse aparentemente só para figurar, com propostas não muito competitivas, quando prestava serviços a campanhas os preços eram bem melhores.
“Curioso notar que já em períodos eleitorais a Unipauta parece apresentar preços mais atrativos, tendo sido contratada por diversos candidatos para fornecimento de variados serviços, sendo favorecida, em contrapartida, com valores vultosos”, diz um trecho do pedido de busca da PF.
A assessoria do senador Fernando Bezerra, por meio de nota, disse que o senador não é alvo das investigações e que as campanhas eleitorais tiveram as prestações de contas aprovadas pela Justiça Eleitoral. O prefeito Miguel Coelho, também por nota, disse que o próprio delegado da Operação Ripstop disse que ele “não possui qualquer envolvimento” com os casos apurados. A nota diz ainda que as contratações feitas pela Prefeitura de Petrolina “são realizadas de acordo com a legislação vigente”. Os repasses da campanha, diz o prefeito, foram aprovados “por unanimidade pela Justiça Eleitoral”.
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Comentários (4)
Marcos
2020-08-03 11:25:27Esses aí roubam o país desde as Capitanias Hereditárias, com o filho bastardo Duarte Coelho.
Marcos
2020-08-03 11:22:49Isso tudo acontece devido a certeza da impunidade.
Valdomiro
2020-08-03 10:15:01O senador Fernando Bezerra Coelho foi líder do governo Bolsonaro em 2014? A Crusoé tem certeza disso. Achei que Bolsonaro havia sido eleito para presidente em 2018. Pode me explicar isso Crusoé?
André
2020-08-02 21:21:54Que novidade. Político roubando a sub-raça. Esses vermes roubam os idiotas desde 1500.