Dando preocupação ao setor que produz carnes, as medidas de taxação dos Estados Unidos podem resultar em impactos negativos para o Brasil, refletindo nos preços.
Atingindo a cadeia produtiva, é possível que o setor interno não consiga direcionar o produto para o mercado externo, pressionando os preços para baixo.
Havendo a elevação das taxas, que devem atingir não só esse segmento, mas também outros âmbitos que necessitam de pleno funcionamento.
Os efeitos
Segundo o líder da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa: “Em um primeiro momento, a desestruturação da cadeia interna pode baixar o preço internamente, mas no futuro pode vir a faltar carne, como está faltando nos Estados Unidos hoje”, disse ele ao Agro em Pauta.
Além disso, a queda no preço da carne no Brasil pode acontecer justamente pela implementação das taxas dos americanos. Mesmo que, em um primeiro momento, pareça algo positivo, os produtores devem sofrer drasticamente com essa baixa. Com a possibilidade de empresários abandonarem o setor, também pode haver a diminuição na criação dos animais.
Perosa ainda falou: “Não temos uma alternativa tão acessível quanto a americana para absorver esse grande volume com preços competitivos. Isso não existe no mercado internacional”. Com a queda ainda mais acentuada, é possível que não se torne rentável para quem cultiva o rebanho.
Outro ponto negativo reflete o destino para o qual a carne é direcionada. Com isso ocorrendo, o animal pode deixar de ser adquirido, nem mesmo passando pelo processo que vem logo após o pasto. Por isso, a queda no preço da carne pode afetar negativamente toda a cadeia, desde a iniciação até o produto chegar na mesa dos brasileiros.
Sendo ainda mais complexas do que parecem, as taxas dos EUA terão grande impacto sobre a queda no valor da carne no território nacional. Mesmo que as pessoas fiquem satisfeitas com o preço, a longo prazo isso pode dificultar a maneira como esse produto será desenvolvido.