Os estudos sobre o funcionamento do sono sem sonhos estão revolucionando a compreensão dos estágios do sono. Até recentemente, acreditava-se que não lembrar dos sonhos significava inconsciência completa durante o sono profundo.
Entretanto, pesquisadores canadenses, como Antonio Zadra da Universidade de Montreal, estão desafiando esta noção. Estudos recentes sugerem que, mesmo em estados de sono profundo, o cérebro mantém níveis de atividade surpreendentes.
Dinâmica do sono sem sonhos
Durante o sono NREM, especialmente nas fases mais profundas (N3 e N4), o cérebro pode gerar experiências mentais, embora menos frequentes e estruturadas comparadas aos sonhos do sono REM.
Isso indica que o cérebro não se “desliga” completamente, mas mantém alguma forma de atividade, influenciando como se interpretam estes estágios.
Além do sono REM
Historicamente, o sono REM (movimento rápido dos olhos) era associado exclusivamente aos sonhos. No entanto, estudos demonstram que sonhos podem ocorrer em todas as fases do sono, ainda que com características diferentes.
Durante o sono NREM, especialmente em estágios mais profundos, os registros de sonhos são esporádicos e menos vívidos. No entanto, essa atividade demonstra que o cérebro não perde completamente a consciência sensorial e cognitiva.
Implicações importantes
As descobertas têm implicações significativas, inclusive no campo legal. O entendimento de que o cérebro permanece ativo durante o sono profundo pode influenciar casos de sonambulismo no direito penal.
A ciência sugere que atos cometidos durante episódios de sonambulismo possam resultar em inimputabilidade, dada a ausência de controle consciente sobre as ações do indivíduo. Esse reconhecimento pode reconfigurar a abordagem sobre saúde mental e responsabilidade penal nestes contextos.
Explorando novas fronteiras
É essencial adotar uma visão expansiva ao considerar o estado de consciência durante o sono. Os processos biológicos e psicológicos dos estágios do sono impulsionam novas pesquisas.
Ao desmistificar antigas crenças, se explora novos caminhos para entender como os sonhos ou sua ausência afetam diversos aspectos da ciência e sociedade. Estas pesquisas possibilitam avanços na neurociência e ainda podem desenvolver o conhecimento sobre as funções do sono.