Voto pelo correio afeta credibilidade das pesquisas de boca de urna nos EUA
Os institutos devem começar a divulgar na noite desta terça-feira, 3, os resultados das pesquisas de boca de urna. Essas pesquisas, chamadas de exit polls, são realizadas assim que os eleitores deixam os locais de votação. Contudo, a pandemia do coronavírus embaralhou a eleição de tal modo que esses números deverão ser menos confiáveis este...
Os institutos devem começar a divulgar na noite desta terça-feira, 3, os resultados das pesquisas de boca de urna. Essas pesquisas, chamadas de exit polls, são realizadas assim que os eleitores deixam os locais de votação. Contudo, a pandemia do coronavírus embaralhou a eleição de tal modo que esses números deverão ser menos confiáveis este ano.
Como cerca de 100 milhões de americanos já votaram, seja pelo correio ou antecipadamente, apenas uma parte dos eleitores deverá votar pessoalmente nesta terça, 3. Entre eles, haverá uma porcentagem maior de republicanos, os quais tendem a ser céticos com o voto pelo correio. Eles não serão, portanto, um espelho muito preciso do total de eleitores.
"Será preciso ter um pouco de cuidado com essas pesquisas de boca de urna este ano, pois elas dependem de uma boa amostragem", diz o cientista político Adriano Cerqueira, do Ibmec de Belo Horizonte.
Para contornar os problemas criados pela pandemia, os institutos de pesquisa estão cruzando os dados das pesquisas de boca de urna com as informações das enquetes feitas por telefone. Eles também enviaram entrevistadores para os centros de votação antecipada nos últimos dias. Juntar tudo isso exigirá uma matemática complexa. "Se as amostras dos institutos de pesquisas não estiverem bem calibradas, o resultado final poderá ficar distante da realidade", diz Cerqueira. "Eu teria algumas reservas quanto aos resultados que serão projetados."
Em geral, as pesquisas de boca de urna têm uma vantagem em relação às demais porque o entrevistador tem certeza de que a pessoa realmente votou. Nos Estados Unidos, onde o voto não é obrigatório, isso faz uma grande diferença.
Em geral, os institutos têm muita dificuldade em desvendar se as pessoas vão ou não votar, para saber se a preferência delas deve ou não ser levada em conta. Além disso, como essas pesquisas identificam a raça, o gênero, a escolaridade e a idade dos eleitores, elas permitem saber como cada grupo populacional votou. Em 2016, as pesquisas de boca de urna mostraram com clareza que a maior parte dos votos que deram a vitória ao candidato Donald Trump nos estados-pêndulo de Wisconsin, Michigan e Pensilvânia foi de eleitores brancos sem diploma universitário.
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Comentários (1)
MARIO
2020-11-04 06:17:19Voto pelo correio é o fim da picada! Tá na hora dos EUA evoluirem!!! Nem no bananão existe isso!