Vladimir Putin, o presidente eterno
Um fragilizado Boris Yeltsin surpreendeu o mundo em 31 de dezembro de 1999, ao anunciar na TV: "Estou saindo agora. Uma nova geração tomará meu lugar, uma geração que poderá fazer mais e melhor”. O século 20 se ia e, após o fim trágico do experimento soviético, a Rússia ganhava uma nova face. Vladimir Putin...
Um fragilizado Boris Yeltsin surpreendeu o mundo em 31 de dezembro de 1999, ao anunciar na TV: "Estou saindo agora. Uma nova geração tomará meu lugar, uma geração que poderá fazer mais e melhor”.
O século 20 se ia e, após o fim trágico do experimento soviético, a Rússia ganhava uma nova face. Vladimir Putin assumiu como primeiro-ministro russo por três meses que se tornaram eternos.
O autocrata anunciou em 2023 que pretende se candidatar de novo na próxima eleição, em 2024, e esse anúncio não surpreendeu ninguém. Será sua sexta candidatura, autorizada por decisão orquestrada pelo próprio Putin, e em mais um processo eleitoral envolto por desconfianças.
Sem adversários soltos ou autorizados a competir na eleição, Putin seguirá no poder praticamente imune à pressões internacionais, liderando um poderoso arsenal militar e com planos cada vez mais ousados contra Europa e Estados Unidos.
A guerra na Ucrânia, motivada por invasão russa, já entra no segundo ano e o autocrata arranjou outros clientes para seus produtos, como a China, para compensar as extensas sanções do Ocidente contra Moscou.
O prolongamento do conflito pesa cada vez mais para o lado do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que precisa de recursos que os EUA estão cada vez menos dispostos a bancar. A falta de dinheiro pode cobrar o preço a Kiev em mais um inverno de batalhas.
Enquanto sufoca a Ucrânia, Putin promove desinformação pelo mundo, com atenção especial aos EUA, mas tentáculos espalhados também pelo Brasil, como expôs reportagem de Crusoé.
O motim dos mercenários
A maior ameaça ao reinado de Putin veio em 2023, e do lado de dentro. Seu leal amigo Yevgeny Prighozin, líder do grupo militar mercenário Wagner, se rebelou contra a cúpula militar russa e marchou, sem medo e sem vergonha, em direção a Moscou. A rebeldia inesperada acabou tão rápido quanto começou, em junho.
Em agosto, Prigozhin morreu numa misteriosa queda de avião, como costuma ocorrer com os adversário do autocrata russo. Putin disse que não teve nada a ver com a história, mas ninguém acreditou.
Sem regras
Já são 24 anos à frente do Kremlin, e Putin vai se aproximando da marca de 33 anos de Josef Stálin, que esteve à frente da União Soviética de 1920 a 1953, quando morreu. Nem no breve período em que simulou algum apreço pela democracia — quando seu vice Dmitri Medvedev assumiu a presidência, entre 2008 e 2012 — o presidente eterno deixou de dar as cartas.
Pelas regras atuais, Putin poderá permanecer no comando da Rússia até 2032. Mas as regras atuais não significam nada enquanto ele estiver no poder.
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Comentários (4)
Odete6
2024-01-01 08:12:12Presidente coisa nenhuma. Tudo o que esse psicopata fraudador com a cara coberta de massa corrida de base de maquiagem faz é fajuto: eleição fajuta, plebiscito fajuto, discurso fajuto, números fajutos, justificativas fajutas.... ele é e segue o padrãozinho de todo imbecilóide ditador, com o perdão da redundância. É um complexado de muitos complexos, recalcado, estúpido e doentio. Nesses "quesitos", essa nano coisa russa, é um tipinho muiiiiiiito conhecido da gente aqui também.
Sônia Adonis Fioravanti
2023-12-31 18:26:45Putin o assassino ditador
Andre Luis Dos Santos
2023-12-31 18:00:00O Lula morre de inveja desse Putin. Se pudesse, o Nine certamente arrumaria um jeito de permanecer no poder. Aliás esse é o sonho da PTralhada, que se diz “democratica”.
KEDMA
2023-12-31 10:33:14O poder sempre cobra algum dia.