Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

Uma cidade — e suas duas CPIs sobre o mesmo tema

08.08.23 11:11

A Câmara de Vereadores de Porto Alegre tomou a insólita decisão, nesta segunda-feira (7), de instalar duas CPIs para investigar o mesmo tema. Os vereadores se dividirão em dois times para analisar supostas compras irregulares na Secretaria Municipal de Educação, comandada pelo prefeito Sebastião Melo (MDB).

Uma delas tem viés oposicionista e conta com arranjos pouco ortodoxos: a presidência será ocupada por Mari Pimentel, do Novo. Apesar disso, ela escolheu unilateralmente o nome de Roberto Robaina, do PSOL, para assumir a relatoria da comissão. Em suas redes sociais, ela disse que “novos fatos seguem surgindo, semana após semana, sobre as compras realizadas pela secretaria” e que “está na hora da população ter a devida transparência sobre os acontecimentos na Secretaria de Educação nos últimos anos.”

A segunda CPI terá uma atitude mais próxima da prefeitura, já que a presidência será ocupada pelo líder do governo na Casa, Idenir Cecchim (MDB). A relatoria desta segunda investigação ficará com Mauro Pinheiro (PL). Em entrevista a um programa de TV matinal (ao qual Mari Pimentel também foi), o vereador disse que a prefeitura de Melo “quis essa transparência” e que a CPI não é do governo, mas “das pessoas que entendem que têm como ajustar algumas coisas.”

Como Porto Alegre tem 36 vereadores e em cada comissão cabem 12 nomes, ocorre uma segunda situação curiosa: quatro vereadores participam de ambos os colegiados. Mesmo Idenir Cecchim, que preside a sua comissão às quintas-feiras, irá integrar a bancada do seu partido na comissão de Mari Pimentel, que se reunirá às segundas.

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