Foto: The Bellman via Wikimedia Commons

Salvador, a capital baiana, e seus 203 tiroteios mensais

10.10.23 07:27

Salvador registrou, durante o mês de setembro, 203 tiroteios — uma média de um a cada três horas e meia. O levantamento foi feio pelo Instituto Fogo Cruzado, que ainda registrou a morte de 143 pessoas e outras 43 feridas com as trocas de tiros na cidade.

Os dados mostram que, de fato, a Bahia está no pico de uma crise de segurança pública sem precedentes. O levantamento do instituto foi revelado pelo jornal baiano Correio: nestes números, se descobre que a maior parte dos tiroteios nasceu em operações policiais (74); disputas entre grupos armados (20) e perseguições (10) também tiveram papel relevante no número de eventos, que paralisam o funcionamento de partes da cidade em determinados momentos do dia.

Desde o início do mês passado, algo parece estar desequilibrado no combate à criminalidade na Bahia: No início de setembro, uma operação na periferia de Salvador para combater facções criminosas acabou com dez mortos e oito presos, além de 17 pessoas em possível cárcere privado por traficantes. Desde então, crianças foram mortas em trocas de tiros; jovens foram mortos em avenidas em plena luz do dia — e a resposta pública parece pouco resolver a questão.

No poder estadual há 16 anos, o PT tomou uma série de decisões em termos de segurança pública que transformaram o estado, de um dos cinco mais seguros do país no mais violento. Uma fragmentação do poder entre várias facções pequenas e violentas, aliada ao avanço do PCC e do Comando Vermelho no estado (mesmo após negativas do estado que isto estivesse ocorrendo) e a falta de inteligência estadual e federal no estado levaram ao estado atual.

E, por mais que o ministro da Justiça tenha apresentado na semana passada um novo plano para colocar mais dinheiro e homens na capital baiana, discursos baratos e lacração não irão resolver a questão.

Leia na Crusoé: Reféns do crime

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