Tribunal diz não ter evidências contra Hezbollah ou Síria na morte de Rafic Hariri
O Tribunal Especial para o Líbano (foto) anunciou nesta terça, 18, que não encontrou evidências robustas de que lideranças do grupo terrorista Hezbollah ou do governo da Síria participaram do assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri, em 2005. O Tribunal começou a funcionar em 2009 a pedido do Conselho de Segurança da ONU para julgar...
O Tribunal Especial para o Líbano (foto) anunciou nesta terça, 18, que não encontrou evidências robustas de que lideranças do grupo terrorista Hezbollah ou do governo da Síria participaram do assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri, em 2005.
O Tribunal começou a funcionar em 2009 a pedido do Conselho de Segurança da ONU para julgar as acusações contra cinco membros do Hezbollah no atentado feito com um caminhão-bomba. A explosão matou Hariri e mais 21 pessoas no centro de Beirute. As acusações contra um dos cinco suspeitos foi retirada porque ele foi morto lutando pelo Hezbollah na Síria — não se sabe se em um bombardeio aéreo ou se pelas mãos de seus superiores.
Os juízes afirmaram que o assassinato foi um ato terrorista feito para criar pânico e medo na população. Os envolvidos atuaram com muita disciplina e organização, evitando o contato com outras pessoas. A localização de telefones celulares não foi, contudo, suficiente para incriminar três dos suspeitos. Apenas um deles, Salim Jamil Ayyash, foi considerado culpado, tendo participado da preparação do ataque. Mas o Tribunal entendeu que, apesar de se considerar que Ayyash é do Hezbollah, não há provas de que dirigentes do grupo ou do governo da Síria participaram do assassinato.
"Desde o seu princípio, o Tribunal Especial para o Líbano apostou nas informações de geolocalização obtidas a partir dos dados de torres de celulares. Eles imaginaram que isso poderia produzir evidências fortes, que resultariam em um processo robusto. Muitos anos depois, a conclusão é a de que esses dados não são suficientes para ensejar uma condenação", diz o advogado Acácio Miranda, especialista em relações internacionais.
Em 2005, Hariri estava pensando em se candidatar novamente ao cargo de primeiro-ministro, que ele já tinha ocupado entre 1992 e 1998, para continuar lutando contra a influência da Síria em seu país. "Para muitos libaneses, Hariri era a esperança de que o país conseguiria se reerguer após a ocupação militar síria. Mas essa esperança acabou morrendo com ele, e os libaneses entraram em um estágio de desânimo parecido como o que temos hoje, após as explosões no porto de Beirute."
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Comentários (1)
MARCOS
2020-08-18 14:45:41Esse desânimo que se instalou no povo libanês é o mesmo que se instalou no povo brasileiro com relação a luta dos políticos contra as investigações da lava-jato. Tudo vendido.