Adriano Machado/Crusoé

Trensalão, privataria e repressão policial: as críticas a Alckmin que o PT terá que ‘esquecer’

19.12.21 16:02

Nos mais de doze anos em que Geraldo Alckmin (foto) foi governador de São Paulo e nas duas vezes em que concorreu à Presidência da República, o PT não poupou de críticas o agora ex-tucano que negocia para ser o vice do ex-presidente Lula na disputa pelo Palácio do Planalto no ano que vem.

Na Assembleia Legislativa paulista, a bancada do PT fustigou por anos o governo Alckmin em razão das suspeitas de formação de cartel e corrupção nas compras de trens e obras de metrô, um escândalo que os próprios petistas batizaram como “trensalão”. Tentativas de abertura de CPI pelo PT acabaram frustradas em virtude do que os petistas chamaram de “rolo compressor de Alckmin” no parlamento.

O ex-governador, que deixou o PSDB nesta semana após 33 anos, em meio à articulação para ocupar a vaga de vice na chapa Lula, também foi tachado de “neoliberal” pelos petistas e torpedeado por causa das privatizações tucanas, classificadas de “privataria” pelo PT.

O tema, inclusive, acabou virando munição contra Alckmin nas eleições presidenciais de 2006, quando o ex-tucano disputou o segundo turno com Lula. Na ocasião, o petista, que disputava a reeleição, chamou o então tucano de “exterminador do futuro” e disse que Alckmin iria privatizar a Petrobras, a Caixa e o Banco do Brasil.

Agora que Lula flerta com Alckmin, outro tema que terá de ser “esquecido” pelo PT será o da repressão policial. Durante sua gestão à frente de São Paulo, os petistas fizeram sucessivas críticas ao então governador em razão da atuação da Polícia Militar paulista, especialmente durante os processos de reintegração de posse de terras invadidas e na contenção de manifestações de rua.

Em recente entrevista, o deputado Rui Falcão, ex-presidente do PT, disse temer que a aliança com o ex-tucano “esfrie” a militância, justamente em virtude do “passado” de Alckmin. “O Pinheirinho (área da cidade de São José dos Campos desocupada em janeiro de 2012 durante ação da PM marcada por denúncias de violência), as brigas com professores, as quatro gestões de privatizações e de arrocho? Essa é a herança dos tucanos aqui em São Paulo. O fato de ele sair do PSDB não apaga essa história”, afirmou Falcão, integrante da Executiva petista.

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