'Tira, porque eu estou apanhando muito', disse Bolsonaro a Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes (foto), alegou, nesta segunda-feira, 23, que o trecho da medida provisória 927/2020 que autorizava a suspensão de contratos de trabalho e do pagamento a trabalhadores por quatro meses foi “mal redigido”. O chefe da área econômica avaliou que, politicamente, o presidente Jair Bolsonaro acertou ao revogar o artigo. “Ele disse:...
O ministro da Economia, Paulo Guedes (foto), alegou, nesta segunda-feira, 23, que o trecho da medida provisória 927/2020 que autorizava a suspensão de contratos de trabalho e do pagamento a trabalhadores por quatro meses foi “mal redigido”. O chefe da área econômica avaliou que, politicamente, o presidente Jair Bolsonaro acertou ao revogar o artigo. “Ele disse: ‘Tira, porque eu estou apanhando muito’. Vocês arredondam e depois mandam”, contou, em entrevista ao Estado de S.Paulo.
Guedes assegurou que os profissionais afetados pela interrupção contratual receberão um auxílio do governo e parte da remuneração das empresas, conforme anunciado anteriormente pelo ministério. “Faltou colocar a suplementação salarial. A ideia é fazer o que estão fazendo lá fora. Você pega um trabalhador que ganha R$ 2 mil e a empresa não aguenta pagar. Aí, reduz à metade (o salário), cai para R$ 1 mil. O governo paga 25% (do salário). Acaba o salário caindo para 75% (do que era originalmente). A empresa paga 50%, o governo 25% e todo mundo perde um pouquinho”, explicou.
A contraprestação do estado ainda pode ser maior no caso de áreas mais prejudicadas, como o comércio. “Tem setores que a queda é abissal, como bares, restaurantes, hotelaria, estão caindo demais. Talvez a empresa só consiga pagar um terço (do salário). Se ele conseguir pagar um terço, aí a gente convocaria outros 33% (do salário). Nos setores que foram atingidos demais a gente acaba ajudando mais”, emendou Guedes.
O ministro, no entanto, não soube precisar o impacto econômico da medida nos cofres do governo. Ele classificou como um erro a publicação da MP, sem todos os detalhes acertados. “Foi uma precipitação mandar sem estar definido. Agora, estão saindo milhares, centenas de medida todos os dias. A gente está querendo é evitar o pior”, justificou.
Na noite desta segunda-feira, O Antagonista publicou a informação de que a versão original da MP previa que o governo arcaria com uma parte do salário dos trabalhadores afetados pela suspensão dos contratos, à diferença do que tem dito Paulo Guedes. Esse trecho do texto, porém, foi suprimido por integrantes da equipe do Ministério da Economia próximos a Guedes antes de ser submetido à aprovação final e enviado para publicação.
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Comentários (10)
Helyde
2020-03-24 11:39:00Menos mal, que o presidente é capaz de voltar atrás.
Paulo
2020-03-24 11:30:13A imprensa não entendeu, ou não quis entender o alcance do artigo 18 recém derrogado. Vão se aperceber do erro nos mesmos 4 meses a que se referem o dispositivo. E aí já é tarde
Josival
2020-03-24 11:12:58Se houver a redução de salário dos trabalhadores proposta por essa medida provisória, também deve haver redução semelhante para os servidores públicos, de todos poderes. Principalmente deve haver redução (50% talvez) para todos cargos eletivos, do legislativo e do executivo, municipais, estaduais e federais, assim como dos secretários e ministros. Entre outras medidas, podemos também sugerir medidas para reduzir os gastos orçamentários com cafezinhos, lanches e refeições nos três poderes.
Miguel
2020-03-24 09:14:22O governo tendo que trocar os 4 pneus com o carro andando, e, grande parte da mídia, formada nas universidades aparelhadas pela esquerda; congressistas corruptos que perderam a indicação de cargos no toma lá dá cá; governadores que se elegeram surfando na “onda Bolsonaro” e comentaristas cujos candidatos foram derrotados em 2018, por INCOMPETÊNCIA, apesar de gastarem FORTUNAS e conseguirem 1%, 2 % de votos, todos MAUS PERDEDORES e que torcem DESCARADAMENTE pelo QUANTO PIOR MELHOR.
Vera
2020-03-24 08:37:24Presidente !Tudo e qualquer coisa que o senhor faça vai levar no lombo !Quem quer denegrir e desvalorizar sua pessoa vai continuar. É a pequenez dessa gente acostumada a MAMAR !
João
2020-03-24 08:35:52Guedes está certo. Se reduzissem os salários o impacto sobre as empresas e o emprego seria menor. Vão aumentar as demissões e as quebradeiras. Culpa da imprensa que massacrou o JB por isso.
JONTATHAS
2020-03-24 08:35:11O que o governo federal deveria fazer, seria suspender o desconto dos 11% a título de PSS, dos Func. Publ. Federais aposentados. Haja vista que os mesmos já cooperaram a vida toda. É agora ainda tem que pagar a conta dos roubos cometidos pelos vagabundos e ladrões do PT. Os PTralhas acabaram com tudo e com todos.
Eduardo
2020-03-24 07:54:08Se a maior parte dos trabalhadores vai receber a metade, de onde vai sair o dinheiro para pagar os 25%? do próprio trabalhador? muito inteligente né? O funcionalismo público deveria receber metade também! já que em média não trabalham nem os 25%. Principalmente deputados vereadores!
Lucia
2020-03-24 01:31:32Falar é fácil, quero ver resolver! Não adianta ficar criticando o governo, ninguém poderia, em sã consciência, prever o que está acontecendo no mundo! Cada país está correndo atrás do prejuízo do jeito que pode, conforme as suas condições financeiras, de acordo com suas possibilidades! Se o Brasil é isso aí que nós conhecemos, não podemos esperar medidas de Primeiro Mundo! Vamos fazer a nossa parte como cidadãos e deixar o governo fazer o trabalho que lhe compete. O resto é com o Divino!!
ZENE
2020-03-24 00:02:38kkkk Hoje Bolsonaro "dialogou " com os governadores do Norte e Nordeste , é disso que eles gostam "diálogo" 4bi de diálogo , ficaram "estatalados", ganharam mais do que pediram .. Agora vamos ver o que eles vão fazer com esse dinheiro ... o da Bahia já havia gasto 90 milhões no carnaval e daí saíram muitos vírus corona. Vamos esperar os próximos capítulos