"Tesouro continuará responsabilizando aqueles que ameaçam os interesses dos EUA"
Segundo o secretário Scott Bessent, Moraes tem usado seu cargo para "autorizar prisões preventivas arbitrárias e suprimir a liberdade de expressão"

Ao anunciar sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com base na Lei Magnitsky, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent (foto), afirmou nesta quarta-feira, 30, que o órgão continuará responsabilizando aqueles que "ameaçam os interesses dos Estados Unidos".
"Hoje, Departamento do Tesouro dos EUA está sancionando o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que tem usado seu cargo para autorizar prisões preventivas arbitrárias e suprimir a liberdade de expressão.
Alexandre de Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam direitos humanos e processos politizados, inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O Tesouro continuará responsabilizando aqueles que ameaçam os interesses dos EUA e aqueles que impõem limites às nossas liberdades."
Segundo o governo americano, todos os bens do magistrado nos EUA foram bloqueados.
A sanção também se estende às empresas com eventual vínculo com Moraes. Outra restrição é que cidadão americanos não podem fazer eventuais negócios com Moraes.
Como a Magnitsky afeta Moraes
A medida, que se baseia na Lei Magnitsky, terá impactos reputacionais e financeiros no ministro do STF.
Moraes vinha se propagandeando no Brasil e no exterior como um defensor da democracia brasileira. Contudo, reportagens e artigos publicados no exterior já contestavam sua versão e apontavam para os seus abusos.
A justificativa detalhada que o Departamento do Tesouro deu para a aplicação da Magnitsky também contesta abertamente a sua narrativa do STF.
"Moraes investigou, processou e reprimiu aqueles que se envolveram em discursos protegidos pela Constituição dos EUA, submetendo repetidamente as vítimas a longas prisões preventivas sem apresentar acusações", diz o texto.
"Por meio de suas ações como ministro do STF, de Moraes minou os direitos de brasileiros e americanos à liberdade de expressão. Em um caso notável, de Moraes deteve arbitrariamente um jornalista por mais de um ano em retaliação por exercer a liberdade de expressão", continua o comunicado. "De Moraes tem como alvo políticos da oposição, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro; jornalistas; jornais; plataformas de mídia social dos EUA; e outras empresas americanas e internacionais."
O Departamento do Tesouro também fala de punições para pessoas ou empresas que, de uma maneira ou de outra, venham a ajudar Moraes.
Além disso, companhias aéreas americanas ou com operações nos EUA poderão se recusar a vender bilhetes para Moraes.
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